Musk processa organização por apresentar X como rede social repleta de antissemitismo
A Media Matters, uma empresa sem fins lucrativos, afastou diversos anunciantes da plataforma digital ao fazer sérias acusações
Tecnologia e Ciência|Do R7
A X Corp., que pertence ao empresário Elon Musk, iniciou um processo, nesta segunda-feira (20), contra a organização sem fins lucrativos Media Matters, por ter afastado os anunciantes da rede social — antes conhecida como Twitter — ao retratá-la como uma plataforma repleta de conteúdo antissemita.
Na semana passada, empresas como Apple, Comcast, NBCUniversal e IBM interromperam a publicidade no X depois que a Media Matters informou que encontrou anúncios com teor pró-nazista na rede social.
O êxodo publicitário também foi motivado por Musk ter respaldado uma teoria da conspiração antissemita.
Em uma ação apresentada em um tribunal federal no Texas, a rede X acusa a organização que monitora os meios de comunicação de "enganar o algoritmo para que pensasse que a Media Matters queria ver tanto conteúdo que incitava o ódio quanto o conteúdo de grandes anunciantes".
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Segundo a denúncia da X Corp., a Media Matters seguia apenas contas conhecidas pelo conteúdo extremista e contas de grandes empresas "e depois apresentou as imagens fabricadas como se fossem a experiência dos usuários comuns do X".
"Este é um processo frívolo que pretende intimidar os críticos do X para que permaneçam em silêncio", disse o presidente da Media Matters, Angelo Carusone, à AFP.
"A Media Matters confirma sua informação e espera vencer no tribunal", acrescentou
A Casa Branca criticou Musk, a pessoa mais rica do mundo, por sua "promoção abominável" do antissemitismo.

O governo dos Estados Unidos reagiu dessa maneira a uma mensagem de Musk, que também é dono das empresas Tesla e SpaceX, em que ele respondeu a um post antissemita no X com a frase: "Você disse a verdade".
A mensagem original foi amplamente considerada uma referência a uma teoria da conspiração falsa que circula entre os supremacistas brancos e que alega que os judeus têm um plano secreto para levar imigrantes sem documentos aos Estados Unidos, com o objetivo de afastar a demografia do país de uma maioria branca.
A ação apresentada nesta segunda-feira não menciona o respaldo de Musk à teoria da conspiração e à desinformação, mas atribui a culpa dos recentes problemas publicitários do X à Media Matters.
A empresa de Musk pediu ao tribunal que condene a Media Matters a pagar uma indenização, cujo valor não foi revelado, e a apagar seu relatório contra a rede social.
Desde que assumiu, há um ano, o controle do Twitter, agora rebatizado como X, Musk eliminou a moderação de conteúdo, restaurou contas de extremistas que haviam sido banidas e permitiu aos usuários comprar a verificação de contas, o que os ajudou a lucrar com mensagens virais porém, com frequência, imprecisas.
Um executivo da rede X disse à AFP que a plataforma fez uma "varredura" nas contas apontadas pela Media Matters e que estas não poderão mais ganhar dinheiro com os anúncios. As mensagens serão marcadas como conteúdo "sensível", segundo o executivo.
De Twitter a X, as dolorosas e polêmicas mudanças feitas por Elon Musk na rede social
Desde que comprou o Twitter, o magnata Elon Musk fez grandes mudanças tanto no aplicativo quanto na empresa, desde cobrar por algumas funções até eliminar seu logotipo tradicional, um pássaro azul. Seguem abaixo as etapas que levaram Musk a colocar seu...
Desde que comprou o Twitter, o magnata Elon Musk fez grandes mudanças tanto no aplicativo quanto na empresa, desde cobrar por algumas funções até eliminar seu logotipo tradicional, um pássaro azul. Seguem abaixo as etapas que levaram Musk a colocar seu selo na plataforma global, convertida, agora, em X