Estúdio News debate mieloma múltiplo, um tipo de câncer no sangue, no próximo sábado

Considerada uma doença rara, o mieloma múltiplo, tipo de câncer hematológico que se origina na medula óssea, tem uma incidência de quatro novos casos a cada 100 mil habitantes por ano. Os aspectos do mieloma são semelhantes ao da leucemia, porém os idosos são os atingidos.

Segundo o hematologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo Breno Gusmão, a mediana de idade do aparecimento do mieloma é de 65 anos, a nível mundial, um pouco mais frequente nos homens e na população afrodescendente.

O médico da BP explica que cerca de 70% até 90% dos casos começam com dores ósseas que não estão na rotina de uma pessoa.

“Você não pode ficar com uma dor óssea, dor nas costas durante um mês, todos os dias, algo está errado. Além disso, como a doença se prolifera dentro do osso, ela vai impedir que as outras células dos ossos que estão dentro da medula óssea se fabriquem de uma forma adequada, não produzindo adequadamente as hemácias", diz.

"O paciente vai ter uma palidez, uma anemia e não vai produzir corretamente as plaquetas, então o paciente tem uma tendência a sangramento, hemorragias leves, hematomas espontâneos que em fases prévias em condições normais essa pessoa não teria isso”, completa Gusmão.

O hematologista do Hospital Moriah Lauro Augusto Leite alerta que os sinais e sintomas não devem ser menosprezados.

“A anemia no paciente idoso é um ponto de atenção. Existe uma tendência em dizer que é normal da idade. Anemia nunca é normal para ninguém e tem que ser investigada. Pode ser que não se ache uma causa, que seja uma causa benigna, mas faz parte chamar a atenção do paciente e principalmente dos médicos para ficarem atentos a esses sinais que às vezes podem ser muito leves no início e pode ser que a gente diagnostique essa doença tão grave, logo nas fases iniciais, e consiga ter sucesso depois no tratamento”, diz.

Gusmão completa: “Está demonstrado que os idosos com anemia têm um deterioro cognitivo, tudo isso vai piorando a qualidade de vida dos pacientes, e essa doença tem uma característica dos anticorpos que são produzidos de forma que não vão exercer sua função de proteção, são infecções, e também pode se depositar nos rins, provocando insuficiência renal, ao grau inclusive de chegar a necessidade de diálise”.

A falta de conhecimento acaba retardando o diagnóstico que pode ser iniciado com a observação de alterações em exames antes de chegar à fase de alteração clínica e sintomas. Apesar de ainda não ter cura, as terapias proporcionam aos pacientes uma melhor qualidade de vida e permitem o controle da doença.

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