Valor de impostos sonegados neste ano pagaria 12 Copas do Mundo
Sonegômetro alcançou o valor de R$ 300 bilhões na última quinta-feira (7)
Economia|Alexandre Garcia, do R7
O volume de impostos sonegados no Brasil alcançou, na última quinta-feira (7), o valor de R$ 300 bilhões, de acordo com o Sonegômetro, instrumento criado para analisar as perdas derivadas de golpes para driblar a Receita Federal.
Com o valor referente somente aos oito primeiros meses do ano, daria para organizar 12 Copas do Mundo no País, já que com para a realização do Mundial foram gastos R$ 25,6 bilhões, segundo dados divulgados pelo governo federal, que inclui os gastos usados com a construção e reforma dos estádios (R$ 8 bilhões) e obras de mobilidade urbana, portos e aeroportos, além de investimentos em infraestrutura turística, segurança, telecomunicações e instalações complementares.
O presidente do Sinprofaz (Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional), entidade responsável pelo sonegômetro, Heráclio Camargo, afirma que o valor deveria ser exposto com mais frequência e também questionado pela população.
— A opinião pública discutiu tanto os R$ 25 bilhões da Copa do Mundo e ninguém discute essa goleada muito maior. O Brasil tá perdendo de 12 x 1 para a sonegação.
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Se comparado com os valores da sonegação com o Bolsa Família, o montante é também 12 vezes maior do que o dinheiro aplicado na conta das 14,1 milhões de famílias beneficiadas pelo programa do governo no ano passado.
Classe média
De acordo com Heráclio, a sonegação afeta mais diretamente a população de baixa renda, porque não há como escapar da tributação indireta, que está embutida nos produtos e serviços.
— Imagina se conseguíssemos arrecadar essa sonegação? Claro que você teria espaço para simplificar o sistema e diminuir os tributos, principalmente sobre o consumo de produtos e serviços da classe mais pobre e da classe média.
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O principal motivo do volume de impostos afetar mais a classe média está, segundo Camargo, relacionado às práticas utilizadas por parte da população de alta renda para escapar da prestação de contas com o governo e conseguir obter vantagem nos preços.
— A forma mais comum [de sonegação] é o caixa dois e a lavagem de dinheiro, por meio de sofisticados mecanismos utilizados pelas grandes empresas e pelas pessoas físicas muito ricas.
Para o presidente, as empresas que agem de maneira correta e cumprem com seus tributos “acabam tendo que repassar [o valor dos imposros] no preço dos produtos e quem paga é o consumidor final”.
Projeção
A projeção do Sinprofaz é de que o valor sonegado em 2014 chegue aos R$ 500 bilhões ao final do ano, número quase 20% maior do que os R$ 415 bilhões registrados em 2013.
Segundo Heráclio, o número mais elevado é fruto de alguns fatores específicos, entre eles, os cruzamentos de dados mais sofisticados.
— Temos o crescimento econômico, a inflação e os mecanismos de controle mais sofisticados que vão cruzando mais dados. Com isso, conseguimos afirmar que essa sonegação está aumentando.
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