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80 anos depois, vivemos um cenário parecido com o da 2ª Guerra?

Historiadores alertam para crescimento da extrema-direita, como ocorreu antes de 1939, mas com diferenças importantes no perfil dos líderes

Internacional|Beatriz Sanz, do R7

Segunda Guerra Mundial fez cerca de 70 milhões de vítimas fatais
Segunda Guerra Mundial fez cerca de 70 milhões de vítimas fatais Segunda Guerra Mundial fez cerca de 70 milhões de vítimas fatais

Neste domingo (1), eventos na Europa relembram o início da Segunda Guerra Mundial, que aconteceu há 80 anos quando encouraçados alemães atacaram a Polônia. Esse foi o ponto de partida do maior conflito que a humanidade já viu.

Naquele momento, Adolf Hitler já governava a Alemanha e alimentava a ânsia de dominar toda a Europa. O conflito se estendeu por seis anos e causou aproximadamente 70 milhões de mortes, entre batalhas, campos de concentração e bombas atômicas.

Historiadores consideram que o crescimento do fascismo e do nazismo foi fundamental para o início da guerra. Muitos desses, agora alertam para o ressurgimento da extrema-direita no mundo.

Este fenômeno guarda semelhanças com o momento anterior à 2ª Guerra , mas também diferenças importantes que precisam ser consideradas nesta comparação, como aponta o professor e historiador Karl Schurster, livre docente da UPE (Universidade de Pernambuco) e especialista nos temas das extremas-direitas.

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'Extrema-direita de agora não é populista, é popular'

Schurster explica que o partido nazista se utilizou de um discurso populista para se aproximar da população, ganhar confiança e instituir seu programa de governo.

O que acontece no mundo atualmente possui uma leve diferença: os discursos dos governantes de extrema direita não são populistas, são populares.

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“Os políticos da direita radical não estão preocupados com a população porque%2C inclusive%2C boa parte da pauta deles é anti-popular.”

Então como esses políticos conseguem se eleger e colocar em prática políticas públicas que são contrárias aos desejos da população? 

“Eles utilizam uma ferramenta da linguagem que é a aproximação da fala para os ouvidos da população mais pobre. Eles tentam se aproximar dessa população pela linguagem, mas não pelo conteúdo”, explica o professor.

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SAIBA MAIS: Extrema-direita substitui lideranças por discurso de ódio, diz especialista

O espaço do fascismo dentro da democracia

A transformação da República de Weimar na Alemanha Nazista aconteceu de forma de muito rápida.

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De acordo com Schuster, isso se deu por três fatores. Em primeiro lugar, a democracia na Alemanha surgiu de forma impositiva, “quase como uma punição” ao país por ter perdido a Primeira Guerra Mundial.

O segundo motivo é o discurso populista usado por Hitler e outros membros do partido nazista para se aproximar da população e esvaziar a oposição.

Por fim, o professor apresenta como razão para a dominação fascista, o paradoxo da democracia.

“Como ela [a democracia] é o único sistema político que se diz capaz de conversar com todos os outros sistemas políticos que são antagônicos a ela, então ela guarda uma espaço para o fascismo”, declara.

Nem todas as crises levam à guerra

Schuster também destaca que as diferenças ideológicas não são o único ingrediente para uma guerra. Segundo ele, existe uma teoria histórica de que uma grande crise econômica pode levar o fascismo, como foi o caso alemão.

O professor alerta, no entanto, que essa teoria não é universal e cita como exemplo a quebra da Bolsa de Nova York em 1929 não gerou uma guerra e também não resultou em um governo autoritário no poder.

Revisionismo histórico

A Segunda Guerra Mundial foi o maior conflito da humanidade, com duas bombas atômicas lançadas e campos de concentração nos territórios dominados pela Alemanha.

Contudo, mesmo com todas as provas e documentos que comprovem as barbaridades desse período, cresce no mundo um movimento de revisionismo histórico.

Os maiores campos de concentração ficaram sediados na Polônia, que estava sob domínio nazista.

Atualmente, a Polônia rejeita essa memória e chegou a demitir o historiador Pawel Machcewicz do museu da Segunda Guerra. Em seu lugar, colocou Karol Nawrocki que fez diversas alterações na programação do museu, destacando “feitos heróicos dos poloneses” e se esquecendo deliberadamente que a maior parte da população polonesa apoiou o fascismo de forma voluntária.

E MAIS: Veja fotos da invasão da Polônia, o marco do início da 2ª Guerra Mundial

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