EUA reconhecem que ataque a hospital do MSF 'foi um erro'
Ao todo, 22 morreram em incidente na cidade de Kundus
Internacional|Ansa
O comandante das forças dos Estados Unidos no Afeganistão, general John Campbell, reconheceu que o ataque contra um hospital da organização Médicos Sem Fronteiras em Kundus, no Afeganistão, foi "um erro".
"A decisão de conduzir os ataques foi tomada internamente no comando norte-americano. O hospital foi atingido por um erro. Não colocaríamos jamais na mira propositalmente uma estrutura hospitalar", afirmou Campbell em um pronunciamento nesta terça-feira (6) no Capitólio.
A ação contra o local ocorreu no último sábado (3) e causou 22 vítimas fatais — entre as quais, três crianças e 12 profissionais da ONG —, além de deixar dezenas de feridos. Todos os atendidos que sobreviveram foram levados a hospitais de outras entidades que atuam na região. Já o MSF anunciou o fim das atividades do grupo em Kundus, por não ter como garantir a segurança de quem trabalha no local.
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Mais cedo, a presidente internacional da entidade, Joanne Liu, emitiu uma nota em que acusa tanto os EUA como o Afeganistão de "crime de guerra".
"Comunicados do governo afegão informaram que forças do Talibã estavam usando o hospital para atirar contra as forças aliadas. Esses relatos implicam que forças afegãs e norte-americanas, que estavam trabalhando juntas, decidiram derrubar um hospital totalmente funcional, o que pode ser julgado como crime de guerra", escreveu Liu.
A cidade de Kundus caiu nas mãos do grupo extremista Taleban no dia 28 de setembro e, um dia depois, começou a ser bombardeada pelos norte-americanos para "eliminar uma ameaça específica".
A área foi a primeira do Afeganistão a voltar para as mãos dos terroristas desde que os EUA derrubaram o grupo do poder, em 2001.
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