Israel começa a enterrar vítimas de tumulto em festival religioso
Mais de 20 dos falecidos no Monte Meron na madrugada já foram sepultados; familiares já reconheceram 32 dos 45
Internacional|Da EFE
Mais de 20 dos 45 mortos durante a madrugada em um tumulto ocorrido durante um festival religioso em Monte Meron, na Galileia, região norte de Israel, foram enterrados na tarde desta sexta-feira (30), na presença de dezenas de pessoas.
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Cerca de 32 corpos já foram reconhecidos por parentes ou amigos das vítimas da avalanche humana nas celebrações de Lag Ba'Omer no Monte Meron, na Galileia (norte de Israel), informou o portal "Times of Israel".
Ainda de acordo com o site, eles foram enterrados antes do início do Shabat (dia de descanso judaico), que começa ao pôr do sol.
As famílias das vítimas — religiosos ultraortodoxos — queriam enterrar os corpos o mais rápido possível, segundo a tradição judaica, mas o processo de identificação foi lento, por ser "complicado e sensível", disse o Instituto de Medicina Legal de Israel.
Segundo o Ministério da Saúde, o processo envolve a detecção das impressões digitais ou exames de DNA dos mortos.
A identificação dos demais corpos continuará amanhã à tarde, após o fim do Shabat, informou o Times of Israel.
Vítimas estrangeiras
De acordo com a emissora de TV "Canal 12", um jovem argentino e pelo menos cinco norte-americanos foram identificados, embora a Embaixada dos Estados Unidos em Israel esteja tentando corroborar a informação.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falou hoje com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e manifestou condolências pelo trágico acontecimento.
Líderes de muitos países da comunidade internacional fizeram o mesmo, como o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, o rei da Jordânia, Abdullah II, e o rei da Espanha, Felipe VI, que prestaram condolências ao presidente de Israel, Reuven Rivlin.
"Estamos orando pelas vítimas e esperamos a recuperação dos feridos", disse Abbas em uma carta enviada a Rivlin.
A consternação em Israel por causa da tragédia levou a gestos de solidariedade que se traduziram em longas filas de pessoas doando sangue em todo o país. Moradores de cidades árabes ao redor do Monte Meron também abriram suas casas para membros de equipes de resgate ou pessoas resgatadas, de acordo com a imprensa local.
Israel não vivia uma tragédia de tal magnitude desde 2010, quando um incêndio florestal matou mais de 40 pessoas.