Parlamentares da Nicarágua bloquearam, na quinta-feira (13), as operações de cinco organizações não governamentais que fizeram críticas ao presidente Daniel Ortega. Outras cinco ONGs já tinham sido impedidas de trabalhar no país, inclusive um grupo de direitos humanos proeminente.
Organizações internacionais de direitos humanos disseram que a medida é uma retaliação contra os grupos por ressaltarem violações de direitos humanos cometidas durante oito meses de protestos antigoverno.
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Os protestos deixaram ao menos 322 mortos e mais de 500 presos, de acordo com o Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh) — uma das entidades que o Congresso, controlado por aliados de Ortega, privou de seu status legal na quarta-feira.
Desprezo pelos direitos humanos
O Departamento de Estado dos Estados Unidos disse que tal decisão demonstrou o desprezo que Ortega e sua vice-presidente, Rosario Murillo, têm pelos direitos humanos em seu país.
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"Seus esforços para assediar, ameaçar e reprimir a mídia independente não conseguirão esconder a opressão sistemática do povo nicaraguense", disse o porta-voz do departamento, Robert Palladino, em um comunicado, acrescentando que Washington responsabilizará os responsáveis pelos abusos na Nicarágua.
Sem status legal, as organizações não podem ter contas bancárias, receber fundos ou desenvolver projetos. O Ministério do Interior supervisiona o registro de ONGs e pode pedir ao Congresso para cancelar seu status legal.