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ONU acusa Nicarágua de violações generalizadas de direitos humanos

Relatório documentou execuções extrajudiciais por parte da polícia, desaparecimentos, tortura e violência sexual em centros de detenção

Internacional|

Nicarágua vive 'clima de terror', diz ONU
Nicarágua vive 'clima de terror', diz ONU Nicarágua vive 'clima de terror', diz ONU

O governo da Nicarágua cometeu violações de direitos humanos e fez vista grossa quando grupos armados perseguiram manifestantes, alguns dos quais foram vítimas de estupros e torturados, disse o escritório de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) em um relatório nesta quarta-feira (29).

O relatório documentou violações de direitos humanos cometidas entre 18 de abril e 18 de agosto, incluindo o uso de força desproporcional e execuções extrajudiciais por parte da polícia, desaparecimentos, detenções arbitrárias generalizadas e episódios de tortura e violência sexual em centros de detenção.

"Repressão e retaliação contra manifestantes continuam na Nicarágua enquanto o mundo olha para o outro lado", disse o chefe de direitos humanos da ONU, Zeid Ra’ad al-Hussein, em um comunicado.

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O relatório disse que o Conselho de Direitos Humanos da ONU, que se reúne no mês que vem, deveria cogitar a instauração de um inquérito internacional ou de uma comissão da verdade para evitar que a situação piore, embora "o efeito arrepiante da repressão" e "um clima de terror generalizado" já tenham silenciado muitos manifestantes.

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Torturas e violência sexual

Detidos foram torturados com armas de choque, arame farpado, espancamentos com os punhos e com canos e tentativas de estrangulamento, disse o relatório.

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"Algumas mulheres foram submetidas a violência sexual, inclusive estupro, e descreveram ameaças de abuso sexual como algo comum. Homens detidos também mencionaram casos de estupro, inclusive estupro com fuzis e outros objetos".

A repressão violenta aos protestos contra o presidente Daniel Ortega, ex-líder guerrilheiro marxista, atraiu repúdio internacional. O relatório da ONU afirmou que mais de 300 pessoas foram mortas e 2.000 ficaram feridas.

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Depois do início dos protestos, em abril, pessoas associadas ao partido sandinista do governo foram mobilizadas em "forças de choque" ou "gangues" para atacar manifestantes pacíficos, segundo o documento.

"Estas gangues portavam porretes, varas e pedras e usavam capacetes", disse o relatório.

Em 20 de julho Ortega disse em uma entrevista à emissora de televisão Euronews que os grupos são uma "polícia voluntária" realizando "missões especiais" e que operam em sigilo por motivos de segurança, segundo o relatório.

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