No terceiro dia de julgamento da Chacina de Unaí, um dos mandantes do crime, Norberto Mânica, deu sua versão para o crime na tarde desta quinta-feira (29) e negou ter participado das mortes. Quase doze anos depois do assassinato de três auditores fiscais e um motorista e inúmeros recursos para adiar o júri, o empresário finalmente está frente a frente com os jurados.
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O "Rei do Feijão" tenta desqualificar os depoimentos de outros réus que já o apontaram como responsável por contratar pistoleiros para tirar a vida dos servidores que fiscalizavam denúncias de trabalho escravo em fazendas na região de Unaí, no noroeste mineiro.
Um dos delatores é o cerealista Hugo Pimenta, que em depoimento na quarta-feira (28) afirmou categoricamente que Mânica pediu o contato de pistoleiros para matar o auditor Nelson José da Silva.
O pistoleiro Erinaldo Vasconcelos, que já foi condenado a 76 anos de prisão por participar da chacina, já tinha entregado Mânica como contratante e confirmou em depoimento no primeiro dia do júri popular na Justiça Federal que recebeu R$ 50 mil pelo assassinato. O combinado era assassinar o fiscal Nelson, mas como ele sempre andava acompanhado de outros servidores a quantia foi aumentada para que ninguém sobrevivesse. Vasconcelos ainda contou que Norberto o procurou em Goiás, depois da chacina de Unaí, querendo que ele provocasse outro homicídio.
Nelson José da Silva, João Batista Lages, Erástones de Almeida Gonçalves e o motorista Ailton Pereira de Oliveira sofreram uma emboscada perto da fazenda dos irmãos Mânica e foram mortos a tiros em 28 de janeiro de 2004.