Delator da Chacina de Unaí explica proposta de fazendeiro para matar auditores
"O Nelson eu mataria mil vezes", teria dito Norberto Mânica a Hugo Pimenta
Minas Gerais|Enzo Menezes, do R7
Réu da Chacina de Unaí que se tornou colaborador da Justiça, o empresário Hugo Alves Pimenta prestou depoimento nesta quarta-feira (28), segundo dia de julgamento em Belo Horizonte. O cerealista detalhou como o empresário Norberto Mânica contratou pistoleiros para matar os fiscais do Ministério do Trabalho que investigavam trabalho escravo e outras irregularidades trabalhistas em fazendas no noroeste mineiro em 2004.
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Aos jurados, Pimenta detalhou que Norberto o questionou sobre algum pistoleiro disponível para matar "o Nelson". Em outro momento, contou que, depois do crime, perguntou a Norberto se o fazendeiro se arrependia dos assassinatos. O Rei do Feijão teria dito: "O Nelson eu mataria mil vezes".
O réu José Alberto de Castro é apontado como o contato de Mânica com os pistoleiros. No depoimento, Pimenta explicou que Castro ligou para Francisco Pinheiro para arregimentar os atiradores. Pinheiro morreu na cadeia. Uma das estratégias de defesa para desqualificar o réu é apontar que os envolvidos não teriam se falado por telefone no dia dos crimes.
O Ministério Público Federal, contudo, aponta a comunicação telefônica. O agente da Polícia Federal Cláudio de Figueiredo Paradas, que foi um dos primeiros a encontrar os corpos dos auditores fiscais e do motorista baleados dentro do carro, relata que nas interceptações telefônicas ficou claro que Mânica planejava fugir para o Paraguai.
A sessão foi encerrada por volta das 20h, após o depoimento de 17 testemunhas. Os trabalhos continuam nesta quinta-feira (29), com o interrogatório dos réus.