Fiat 500e: testamos a nova geração do clássico
Ágil, eficiente elegante o compacto elétrico da Fiat é diferente mas custa caro para os nossos padrões: veja a avaliação
Autos Carros|Marcos Camargo Jr. e Marcos Camargo Jr.
Na reestreia do Fiat 500e o mercado brasileiro recebeu apenas a versão elétrica. Trata-se de uma nova vida para o clássico que estreou em 1957 como alternativa para a nova mobilidade das famílias europeias com um conjunto eficiente, moderno e de custo reduzido de combustível. De certa forma essas características permanecem vivas no Fiat 500e oferecido em versão única no Brasil por salgados R$ 239 mil.
FIAT 500e elétrico custa R$ 239 mil é mais caro que um Compass 4x4 diesel. Veja o vídeo!
Com a nova proposta o comprador do 500e, que é fã do design e da atualidade premente do projeto, tem “a última palavra em mobilidade da Europa” que cobra seu preço. Em termos de design o Fiat mantém suas linhas de estilo vintage fluídas com a nova dianteira com o emblema estilizado “500”, rodas de 15 polegadas e traseira destacada do hatch diminuto que tem apenas 3,62m de comprimento, 1,68m de largura e 1,52m de altura. Feito basicamente para duas pessoas comporta quatro com alguma generosidade ao avançar os assentos dianteiros. O porta-malas é mínimo: 185 litros.
O acabamento em geral é muito bom com destaque para o painel pintado na cor do carro, as duas telas digitais e a separação do tabelier em relação ao console central o que até aumenta a sensação de espaço. Uma pena não ter ajuste de altura no cinto de segurança que incomoda os mais altos.
Mas ele anda bem?
Em comparação com os antigos modelos a combustão – e no Brasil a Fiat chegou a vender 40.000 unidades do 500 – o novo 500e é bem forte. Conta com motor elétrico de 87kWh equivalente a 118cv e autonomia média de 320km com baterias de 42kWh. O 0-100km/h prometido é de 9s.
Confortável e ágil, o motor elétrico rende emoção ao volante e praticidade para o dia, algo que não mudou com a nova geração. Ao acionar a ré, a câmera de alta resolução é ampla e tem boa visualização noturna o que também ajuda.
Com entre-eixos curto exige um tempo para se acostumar às reações rápidas e os solavancos atenuados pela boa suspensão apesar da pouca altura em relação ao solo. Para carregá-lo, o ideal é ter um wallbox em casa e será preciso pagar à parte pelo equipamento. Em casa foi possível carregar o 500e em 4 horas, como promete a Fiat mas em postos de alta voltagem (85kW) a recarga de 80% da bateria é feita em 35 minutos ou 50km de autonomia em apenas 5 minutos.
Equipamentos de carro grande
Diferente da antiga versão o Fiat 500e se diferencia pela boa lista de equipamentos. Ele conta com sistema de assistência à condução com frenagem de emergência, reconhecimento de obstáculos, alerta de saída de faixa, monitor de fadiga e também alertas de segurança diversos. Apesar da leitura de placas de trânsito, o 500e erra em boa parte do trajeto e emite alertas de 60km/h em pistas expressas por exemplo. Mas é possível ajustar ou mesmo desligar o sistema. Também exige que o motorista esteja com as duas mãos ao volante mas também falhou algumas vezes.
O som é de boa qualidade, há sistema de navegação nativo, espelhamento para sistemas Apple CarPlay e Android Auto além de sistema de carregamento por indução em um compartimento no painel que tem como easter egg a linha de horizonte da cidade de Turim, na Itália, onde ele é produzido.
Interessante? Sim, pena ser tão caro
O Fiat 500e concorre diretamente com o Renault Zoe, que já testamos, em termos de porte e autonomia mas também em preço. Sem dúvida o 500e é muito tecnológico e altamente conectado trazendo equipamentos disponíveis em carros nacionais que já custam R$ 200 mil. No entanto, em conversão direta, o 500e disponível no Brasil equivale a versão Icon, topo de gama na Itália, que sai por R$ 170 mil em conversão direta mas os impostos altos além do custo de transporte e nacionalização elevam (e muito) a proposta de valor do compacto elétrico. Interessante e prático sem dúvida, mas ainda mostra que carro elétrico é coisa para o futuro mais distante considerando as condições do Brasil.
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