Uma funcionária do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) foi afastada das funções dela em decorrência do caso do estudante de medicina veterinária que foi picado por uma cobra naja, em Brasília, no dia 7 de julho.
A decisão foi tomada nesta quarta-feira (22), tendo em vista os fortes indícios do envolvimento dela com a organização de tráfico internacional de animais silvestres. E, além do afastamento, a funcionária está sendo no processada no valor de R$ 10 mil em uma ação de improbidade administrativa.
A investigada está proibida de acessar as dependência físicas ou sistemas do IBAMA diretamente relacionados à prática ilícita, inclusive por meio de terceiros.
As autoridades chegaram até a suspeita após encontrarem uma licença de captura/coleta/transporte expedida pela servidora na casa de um dos investigados no esquema criminoso.
De acordo com a polícia, também há indícios de que a funcionária teria expedido mais licenças, em outras circunstâncias, para pessoas próximas. Incluindo autorizações para amiga do namorado dela criar dois papagaios e para manicure dela manter um mico-estrela em casa
Investigação
Após o incidente com o estudante, Pedro Henrique Krambeck, iniciou-se um procedimento investigativo na coordenação de operações de fiscalização do IBAMA. Agentes ambientais federais e policiais se depararam com caixas de contenção de animais provenientes do Centro de Triagem de Animais Silvestres, contendo cobras em cativeiro ilegal.
O caso resultou no resgate de 32 serpentes e aplicação de mais de R$ 300 mil em multas. Além das cobras, outros animais também foram localizados, como tubarões e lagartos.
Em balanço divulgado pelo Ibama, o dono de um haras, em Planaltina (DF), onde 16 cobras foram encontradas, será multado em R$ 68 mil. Como o fato mostrou ligação com o estudante picado pela naja, este também responderá pelas 16 cobras. Ao todo, segundo o Ibama, o jovem de 22 anos será multado em mais de R$ 61 mil.
A mãe e o padrasto do estudante também serão multados, em R$ 8,5 mil cada, por terem dificultado a ação de resgate.
Um outro estudante de medicina veterinária, que é amigo de Pedro Henrique e teria o ajudado a esconder serpentes, foi preso, nesta quarta (22).
Pedro recebeu alta na segunda-feira (13), após ficar internado em estado grave.