Permanece foragido o empresário Alexsandro Ishisato de Azevedo, de 37 anos, suspeito de atropelar 12 pessoas durante manifestação contra a tarifa de ônibus na última quinta-feira (20) em Ribeirão Preto, no interior paulista. Ele teve a prisão decretada na sexta-feira (21) pela Justiça da cidade.
O estudante Marcos Delefrate, de 18 anos, morreu no local com fraturas e traumatismo craniano. Outras quatro pessoas foram levadas a hospitais da região. Três delas deixaram as unidades de saúde na sexta-feira. Uma quarta vítima mais grave passou por uma cirurgia na perna e foi liberada no sábado (22). As outras vítimas sofreram ferimentos leves.
Azevedo teria deixado a cidade de ônibus. O carro dele foi localizado no condomínio de luxo onde reside. A Range Rover preta tinha marcas de sangue, foi periciada e mandada para Araraquara (SP). O empresário foi indiciado por um homicídio e quatro tentativas de homicídio doloso — quando há a intenção de matar. Se condenado, pode pegar mais de 20 anos de cadeia. A expectativa era de que se apresentasse à polícia nesta sexta, o que acabou não ocorrendo.
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O empresário atua no ramo de revenda de veículos e também teria uma academia de artes marciais onde seria professor. Lutador de jiu-jitsu, suas páginas nas redes sociais foram removidas horas após o atropelamento. Na Justiça, Azevedo já responde a processos criminais, alguns deles relacionados à violência. Em vídeos feitos pelos manifestantes, ele discute e acelera o carro duas vezes para passar pelo bloqueio na avenida João Fiúza, em vez de retornar. Na terceira vez, ele acelera e atropela quem está pela frente.
Delefrate foi velado em uma igreja de Ribeirão Preto e sepultado à tarde. Sua família doou suas córneas para o Banco de Órgãos do Hospital das Clínicas. Seu enterro foi marcado por muita revolta e indignação. Mais de 200 pessoas estiveram presentes, muitas delas vestindo camisas com a palavra "luto". A despedida foi marcada por aplausos e o hino nacional.
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