Brasil e EUA começam nova etapa de relações bilaterais, diz Araújo
Ministro das Relações Exteriores se reuniu nesta quarta-feira com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo
Brasil|Agência Brasil
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse nesta quarta-feira (2) que Brasil e Estados Unidos iniciam uma nova etapa nas relações bilaterais. A declaração foi dada após reunião com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, no Palácio Itamaraty.
“Estamos no começo de uma nova fase que será muito produtiva, tenho certeza, na relação entre Brasil e Estados Unidos. Uma etapa que criará instrumentos concretos, que vai ajudar nossa economia a gerar empregos, novas oportunidades de negócios, novas iniciativas em todas as áreas, aproveitando muito trabalho que já foi feito, mas criando uma dimensão muito mais intensa na nossa relação”, disse Araújo.
O ministro disse também que ele e Mike Pompeo trocaram ideias sobre visão de mundo e o trabalho por uma ordem internacional diferente, que corresponda aos valores dos nossos povos.
Perguntado sobre a nova política externa brasileira, Ernesto Araújo afirmou que o Brasil está se “realinhando consigo mesmo, com seus próprios ideais, e o Itamaraty está se realinhando com o povo brasileiro”. “A nova relação com os Estados Unidos é uma consequência desse realinhamento interno do Brasil e com outros países igualmente”, acrescentou.
Pompeo afirmou que o presidente Donald Trump quer estreitar as relações com o governo do presidente Jair Bolsonaro em diversas áreas, entre elas a econômica. Questionado sobre as críticas feitas por Trump sobre as relações comerciais “injustas” entre Estados Unidos e Brasil, Pompeo defendeu que o governo americano quer estabelecer oportunidades para os dois países.
“Às vezes é difícil para americanos fazerem negócios no Brasil e, às vezes, é difícil para brasileiros fazerem negócios nos Estados Unidos também”, disse o secretário de Estado.
No dia 1º de outubro, Trump afirmou que o Brasil "está entre os mais duros do mundo" no trato com as empresas estrangeiras.
Sobre um eventual conflito entre os interesses comerciais, Araújo disse que esse não é um problema para um país grande. “O Brasil tem que se colocar como um país grande. Um país grande precisa, ao mesmo tempo, trabalhar no mundo em favor de seus valores e trabalhar pelo crescimento econômico, fazer negócios e gerar oportunidades comerciais. Acreditamos que é nosso dever fazer as duas coisas. Um país grande não precisa renunciar a seus valores para criar oportunidades econômicas”, afirmou.