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Mourão critica Ford por sair do Brasil e seguir na Argentina

'A Ford ganhou bastante dinheiro aqui no Brasil, recebeu incentivos, então poderia ter esperado aí, né? ', afirmou 

Brasil|Do R7

Mourão durante entrevista no Palácio do Planalto
Mourão durante entrevista no Palácio do Planalto

O vice-presidente, Hamilton Mourão, voltou a criticar a decisão da Ford de fechar suas fábricas no Brasil. Nesta terça-feira (12) de manhã, em Brasília, disse que os argumentos da montadora "são meio fracos", uma vez que optou por seguir operando na Argentina.

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“A Ford ganhou bastante dinheiro aqui no Brasil, recebeu incentivos, então poderia ter esperado aí, né? A gente entende que no mundo inteiro a empresa está passando por problemas, a indústria automobilística está passando por problemas, está havendo uma mudança. Mas eu acho que nosso mercado tem plenas condições de assimilar, a partir do momento que se retomar a economia de uma forma normal. Aí vai fabricar na Argentina? Acho que os argumentos que ela colocou são meio fracos", disparou o vice-presidente.

A montadora norte-americana Ford anunciou nesta segunda-feira (11) que vai fechar suas três fábricas no Brasil neste ano e assumir encargos de cerca de R$ 22,55 bilhões (US$ 4,1 bilhões), já que a pandemia de covid-19 ampliou o nível de ociosidade de sua capacidade de produção.

A produção cessará imediatamente nas fábricas da Ford em Camaçari (BA) e Taubaté (SP), com a produção de algumas peças ainda sendo mantida por alguns meses para sustentar os estoques para vendas de reposição. A planta da Troller em Horizonte (CE), continuará operando até o quarto trimestre.


Questionado sobre a possibilidade de se reverter o quadro em caso de aprovação da reforma tributária, Mourão destacou que, de fato, há o aspecto do "custo Brasil". E as mudanças na forma de cobrança dos impostos podem diminui-lo, mas voltou a frisar sua crítica à decisão da empresa de sair do Brasil e continuar fabricando carros no país vizinho.

"Tem essa questão do custo Brasil, mas ela tá fabricando num país que tem problemas, que é a Argentina. Apesar de ser uma economia dolarizada, de acordo com quem mais é entendido do assunto. Isso favorece a atividade de uma empresa dessa natureza."


Sobre as declarações do candidato apoiado pelo governo à presidência na Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o qual afirmou ontem que a reforma tributária não será prioridade caso seja eleito, Mourão disse que esse processo tem de ser conduzido pelo Executivo.

“Isso aí é uma declaração do deputado Arthur Lira. Acho que esse processo (sobre qual reforma priorizar) tem que ser conduzido a partir do Executivo. Aí o ministro Paulo Guedes, junto com o presidente, eles que traçam essas prioridades", disse.

A respeito do apoio do PT ao senador Rodrigo Pacheco (DEM) à presidência da Casa, candidato de Jair Bolsonaro, Mourão sorriu e ironizou. "Na minha visão, o PT apoia na Câmara um candidato e no Senado outro. É um troço meio disfuncional", finalizou.

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