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Primeiro óleo da área de Libra, da Petrobras, deve atrasar, sinaliza afretador

Brasil|Do R7

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A plataforma do Teste de Longa Duração (TLD) de Libra, área petrolífera gigante operada pela Petrobras, deverá entrar em operação apenas no primeiro trimestre de 2017 e não no segundo semestre de 2016, conforme está previsto no Plano de Negócios e Gestão da petroleira 2015-2019.

A informação é do diretor financeiro da Odebrecht Óleo e Gás, Rogério Ibrahim, da empresa que integra joint venture com a Teekay Offshore Partners que vai operar a embarcação.

De acordo com o executivo, o contrato para a área do pré-sal prevê a entrega da plataforma à Petrobras em dezembro do próximo ano.

"Primeiro trimestre de 2017 é a entrada em operação dele (do navio)", afirmou Ibrahim à Reuters nesta terça-feira. "A entrega é final de dezembro e começa a operar no início de 2017."


A primeira plataforma de Libra, do tipo FPSO (flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo), poderá operar em lâmina d’água de até 2.400 metros de profundidade.

Como será utilizada apenas para TLD, em diferentes áreas do prospecto, a embarcação terá capacidade diária de produção de 50 mil barris de óleo e 4 milhões de metros cúbicos de gás.


A construção da unidade de produção teve início no fim de 2014 no estaleiro Jurong, em Cingapura, e a conversão do navio e construção dos módulos já estavam em andamento em junho deste ano, segundo informações da Odebrecht Óleo e Gás.

O investimento da joint venture na construção da plataforma é de cerca de 1 bilhão de dólares, sendo que 80 por cento será financiado e os demais 20 por cento serão de capital próprio.


Na última sexta-feira, a Odebrecht Óleo e Gás e a Teekay Offshore Partners anunciaram a formalização de um contrato de financiamento com sete bancos internacionais para a construção do navio, no valor total de 803,7 milhões de dólares.

Ibrahim explicou que, por questões contratuais, não poderia revelar o nome dos bancos e as taxas de juros. Revelou apenas que o acordo será de Longo Prazo na modalidade Limited Recourse Project Finance, com prazo de amortização de dez anos, contado a partir do início da operação comercial, em 2017.

A Petrobras é a operadora de Libra, com 40 por cento de participação, e tem como sócias a francesa Total e a anglo-holandesa Shell, ambas com 20 por cento do ativo, além das chinesas CNPC e CNOOC, cada uma com 10 por cento.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) estimou anteriormente que Libra contenha de 8 bilhões a 12 bilhões de barris recuperáveis, sendo uma das maiores reservas do Brasil.

Procurada, a Petrobras não comentou a informação imediatamente.

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BLOQUEIO CAUTELAR

A Odebrecht, principal acionista da Odebrecht Óleo e Gás, é uma das empresas investigadas pela Operação Lava Jato, que apura um bilionário esquema de corrupção, e está impedida de participar de novos contratos com a petroleira estatal desde dezembro de 2014.

No entanto, a Odebrecht Óleo e Gás tem a expectativa de poder participar de novas licitações por meio da joint venture com a Teekay.

Segundo Ibrahim, a joint venture que vai operar o TLD de Libra e que também já opera a plataforma Cidade de Itajaí não tem um bloqueio cautelar imposto pela Petrobras.

Entretanto, ele ponderou que ainda depende de um posicionamento formal da Petrobras para poder participar.

A empresa espera que a Petrobras anuncie ainda neste ano a licitação para contratação de uma plataforma para o projeto piloto de Libra, previsto para iniciar produção em 2020.

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(Por Marta Nogueira e Jeb Blount)

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