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Secretária contradiz Pazuello sobre falta de oxigênio em Manaus

À CPI da Covid, Mayra Pinheiro afirmou que soube da situação no dia 7 de janeiro, e não no dia 10, como ex-ministro informou

Brasil|Do R7, com Agência Estado

Pazuello deve ser reconvocado à CPI depois de participar de passeata com Bolsonaro
Pazuello deve ser reconvocado à CPI depois de participar de passeata com Bolsonaro Pazuello deve ser reconvocado à CPI depois de participar de passeata com Bolsonaro

Em depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (25), a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, contradisse o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello sobre a falta de oxigênio em Manaus que levou a capital ao colapso.

Ao contrário do que informou o militar aos senadores na última quinta-feira (20), Pinheiro disse que foi notificada da falta de oxigênio no estado no dia 7 de janeiro e não no dia 10, como o ex-ministro disse em seu depoimento.

Ainda de acordo com a secretária, ela não teria sido informada da falta de insumos durante sua visita à cidade, entre os dias 3 e 5 de janeiro de 2021. "Nós nao temos como prever a quantidade de metros cúbicos [de oxigênio] que nós temos que monitorar, até porque não é nossa a função", disse.

Ela, porém, comentou que relatou diariamente a Pazuello sobre a situação de "caos" que viu no estado durante sua visita. Mayra também contou que todas as informações referentes à situação da cidade foram repassadas pelo grupo de técnicos em reunião que contou com a participação de Pazuello e do presidente Jair Bolsonaro. 

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"A gente inclusive teve a organização de um comitê intersetorial em Manaus que funcionava duas vezes por dia com reuniões às 9h da manhã e ao final do dia para juntar todas as ações e organizar o que já deveríamos demandar", disse. 

Ainda de acordo com a secretária, somente no dia 7 de janeiro que ela recebeu mensagens sobre a falta de insumos em Manaus. "Pelo que tenho de provas é que tivemos comunicação por parte da secretaria estadual que transferiu ao ministro email da White Martins dando conta sobre problema na rede de abastecimento", explicou.

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Pazuello, por sua vez, disse ter sido comunicado do problema apenas no dia 10, três dias depois do e-mail. Confrontado com um documento apresentado pelo ex-secretário-executivo da Saúde Élcio Franco que relatou a comunicação da White Martins, o general fez um ajuste no seu depoimento e disse que só soube "de forma clara" no dia 10.

“No dia 8 de janeiro, seis dias antes, nós já tínhamos iniciado o transporte aéreo de oxigênio para Manaus. Eu tomei conhecimento de riscos em Manaus no dia 10, à noite, numa reunião com o governador e o secretário de Saúde, quando eles me passaram as suas preocupações que estavam com problema logístico sério com a empresa White Martins”, afirmou Pazuello.

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Ele também culpou um servidor da pasta por afirmar que o ministério da Saúde teve conhecimento do problema no dia 8. Questionada sobre a divergência de versões, Mayra Pinheiro adicionou que Pazuello teve conhecimento do desabastecimento do oxigênio em Manaus dia 8 de fevereiro.

A informação é confirmada também pela AGU (Advocacia-Geral da União), em ofício enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) na investigação contra Eduardo Pazuello. Depois de participar de passeata ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o militar deve ser reconvocado à CPI nas próximas semanas para falar sobre as contradições em seu depoimento. 

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