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Urgência e importância da votação da lei contra fake news precisam mobilizar toda a sociedade

Redes sociais devem ser responsabilizadas pelos crimes e mentiras que propagam por pura ganância, gerando violência e mortes

Brasil|Marco Antonio Araujo, do R7

Está nas mãos de nossos parlamentares um novo marco civilizatório para a internet
Está nas mãos de nossos parlamentares um novo marco civilizatório para a internet

O Brasil, nesta semana, pode dar um passo histórico e se tornar referência internacional no enfrentamento da epidemia de notícias falsas e discursos de ódio que tomou de assalto as sociedades contemporâneas. A votação do projeto de lei contra as fake news pode ser um novo marco civilizatório desde que a internet e suas redes sociais transformaram uma tecnologia deslumbrante em um instrumento de propagação do que há de mais sombrio e violento no ser humano.

Os poucos críticos à regulação das mídias digitais veem seus parcos argumentos resumidos a uma mentirosa defesa de uma suposta ameaça à “liberdade de expressão”. Mentira, má-fé ou grandiosa ignorância chamar de censura o esforço gigantesco para recuperar a normalidade das relações entre pessoas, empresas e agentes públicos. Estamos numa terra arrasada e sem lei, à mercê de gente gananciosa, inescrupulosa, psicopata e extremamente perigosa.

Os gigantes que dominam as redes sociais querem que seus “termos de uso” estejam acima das leis, do Código Penal, do Estatuto da Criança e do Adolescente, da própria Constituição. Essa arrogância sem parâmetros tem permitido que qualquer jovem acesse o pior conteúdo disponível, desde manuais de fabricação de bombas caseiras até ambientes em que a pedofilia prospera.

As big techs lutam para fugir a uma responsabilidade evidente. Elas não podem ter lucros astronômicos com a difusão de crimes comuns nem servir de palco e plateia para atentados a escolas, destruição de reputações, bullying, venda de entorpecentes e difusão de mentiras que levam à morte e ao ambiente de insegurança e rancor que domina nosso cotidiano. E precisam remunerar os criadores de conteúdos jornalísticos, que têm seu trabalho parasitado e espoliado de forma implacável.


Redes sociais precisam, sim, responder pelo conteúdo tóxico que deixam circular com base na propulsão gerada por algoritmos maliciosos que buscam apenas o lucro, os cliques, a monetização e a audiência a qualquer custo, inclusive de vidas. Precisamos nos defender, amparados numa lei dura, clara e proativa. Chega. Basta. É já.

É isso que qualquer cidadão consciente, todo pai ou mãe preocupados com a saúde mental de seu filho, todo político atento à defesa do Estado democrático de Direito, todos que seguimos e acolhemos o respeito ao outro devemos esperar do Congresso. Que nossos parlamentares façam história e nos livrem desse monstro gerado no ventre da ciência e da liberdade — e que se voltou contra nós.

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