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Vamos passar por uma revolução na infraestrutura, diz Tarcísio Freitas

Governo pretende diversificar a matriz de transporte com foco nos investimos em ferrovias e na cabotagem e também fortalecer a aviação regional

Brasil|Márcio Neves, do R7

O ministro Tarcísio Gomes de Freitas com balisadores de aviões em Viracopos
O ministro Tarcísio Gomes de Freitas com balisadores de aviões em Viracopos

À frente de uma das pastas consideradas por investidores e empresários como uma das mais importantes do governo, que é o Ministério da Infraestrutura, o mestre em engenharia pelo IME (Instituto Militar de Engenharia), Tarcísio Gomes de Freitas, afirmou, em entrevista exclusiva ao R7, que deve entregar, em 3 anos e meio, uma "verdadeira revolução na infraestrutura do país".

"Vou entregar daqui a três anos e meio uma estrutura de altíssima qualidade, muito melhor do que a que temos hoje, e isso vai melhorar a percepção do Brasil perante o investimento no interior e, com certeza, vamos atuar na redução dos custos", explica Tarcísio.

O ministro, que vem recebendo elogios de especialistas e investidores do setor, pretende como meta para este "processo de revolução" fazer um "reequilíbrio da matriz de transportes".

Nesta missão, segundo Tarcísio, a ideia é retomar investimentos no sistema marítimo-portuário, que deve entrar numa intensa agenda de concessões, retomando e redesenhando os projetos de ferrovias no país e, intensificando os investimentos e diálogos do governo para melhorar a estrutura aeroportuária, sem deixar de lado os milhares de quilômetros de rodovias do país, em que "ao menos 16 mil km devem ser concedidos pelo governo".


Tarcísio Freitas, Ministro da Infraestrutura
Tarcísio Freitas, Ministro da Infraestrutura

Durante a apresentação de uma nova aeronave da Embraer, no aeroporto internacional de Brasília, Tarcísio de Freitas conversou com o R7 e detalhou um pouco os planos do governo nesta missão de melhorar a infraestrutura do país.

O que deve sair em curto prazo no modal ferroviário, para transformar esta matriz de transportes?


Tarcísio de Freitas - Em ferrovias, já tivemos a assinatura do contrato da Ferrovia Norte-Sul em julho, que deverá estar com toda operação em um ano e meio, com investimentos da ordem de R$ 3 bilhões. Também teremos a ligação de Santos (SP) para Itaqui (RS), além da duplicação da capacidade da malha paulista, que é um importante vetor deste modal. Será um número considerável de investimentos, da ordem de ao menos R$ 30 bilhões, que devem fazer as ferrovias dobrarem sua participação na matriz de transportes.

O governo também tem planos para ampliar a cabotagem [transporte marítimo entre portos]. Qual a perspectiva do setor?


Este é um modal que deve crescer com taxas vigorosas no país e é um programa de investimentos novo do governo. Serão muitos investimentos no setor portuário, com novos terminais privados e a desestatização dos terminais existentes, com o controle das atuais Companhias de Docas para a Administração Privada, com uma perspectiva de ampliar consideravelmente e tornar viável a logística de transporte marítimo.

E nas rodovias, que são hoje a maior fatia da matriz? Quais os planos?

Nós temos dois grandes alvos, que são aquelas rodovias que ligam e atendem o agronegócio e a indústria, e as rodovias que ligam cidades importantes do Brasil. Então temos investimentos previstos em rodovias importantes para os negócios como a BR-163 no Pará, a BR-364 em Rondônia, e a BR-153 que liga Goiás a Tocantins. Mas também vamos acelerar rodovias que interligam cidades, como a nova Dutra, que vai ser relicitada já no ano que vem.

No caso da Dutra, como está o processo? O atual contrato de concessão da rodovia vence em 2021?

Este modelo favorece a transição e já está pronto, recebi o texto esta semana, e agora vamos fechar os últimos detalhes para colocar a consulta pública na praça e [a licitação] em andamento.

E, por fim, o que devemos esperar no setor de aviação?

Nós vamos dedicar muito investimento na aviação regional e focar em mais desburocratização e mais desregulamentação. Então a gente vai reduzir a carga regulatória do setor. E vamos atuar para diminuir também o preço dos combustíveis, continuar assinando acordos de céus abertos e investindo muito nos equipamentos de aviação regional, para permitir chegar a mais cidades do interior e levar o serviço aéreo para cada vez mais cidadãos do Brasil.

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