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Ao lado de Lira, Lula assina obra de R$ 565 milhões para nova etapa de canal de água no sertão

Empreendimento está incluído no Novo PAC e deve beneficiar 240 mil pessoas, em 19 municípios alagoanos

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

O ministro dos Transportes, Renan Filho, o governador de Alagoas, Paulo Dantas, e o prefeito de São José da Tapera, Jarbas Ricardo, também participaram da cerimônia (Ricardo Stuckert/Presidência da República - 9.5.2024)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quinta-feira (9) a ordem de serviço da quinta etapa do canal do Sertão Alagoano. O trecho tem previsão de investimento de R$ 565,95 milhões, por meio do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), e deve beneficiar cerca de 240 mil pessoas, em 19 municípios, com previsão de gerar 800 empregos.

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A cerimônia ocorreu em São José da Tapera (AL). Ao lado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), é a primeira vez que Lula visita o Alagoas desde o início deste mandato. O estado foi o único do Nordeste que o presidente não esteve em 2023.

O canal do Sertão Alagoano, que corta o sertão e parte do agreste alagoano, desvia água do rio São Francisco para os municípios afetados pela seca. O projeto foi criado em 1992 pelo governo de Alagoas. Mais tarde, a estrutura foi incluída no PAC. O primeiro trecho do canal foi inaugurado em março de 2013, pela então presidente Dilma Rousseff.

A quinta etapa vai do Km 123,4 ao Km 150 e contempla os municípios de São José da Tapera, Monteirópolis e Olho D’Água das Flores. O novo trecho, segundo a Seinfra (Secretaria de Estado da Infraestrutura) de Alagoas vai permitir a irrigação de cerca de três mil hectares, na região do Agreste e da Bacia Leiteira. Mais de 1.000 agricultores já usam as águas do canal para produção. Os quatro primeiros trechos do canal já foram concluídos — são 123,4 km em operação.

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Relação com Legislativo

Lula agradeceu o trabalho feito pelo Congresso Nacional para a aprovação de temas importantes para o Executivo. Nos últimos meses, a relação entre o governo e o Legislativo passou por crise, com trocas de farpas públicas entre integrantes. Lira chegou a chamar o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, de “incompetente e desafeto pessoal”. Padilha é responsável peça articulação política do Executivo. “Eu agradeço ao Lira, ao Pacheco, aos deputados, até aos contrários. Até hoje não tivemos um projeto de interesse do governo derrotado na Câmara, aprovamos todos os que mandamos, numa demonstração que nossas diferenças ideológicas não são levadas em conta quando interesse maior é de quem nasceu neste país e quer viver dignamente.”

“Sou muito grato ao que o Senado e a Câmara têm feito pelo nosso governo. De vez em quando, eu preciso dizer ‘o Lira tá nervoso’, e mando o Rui Costa [ministro da Casa Civil] conversar com ele, [porque] dois nervosos se entendem. Quando tem algum problema no Senado, falo com os senadores, com o [presidente do Senado, Rodrigo] Pacheco e não tem problema. É assim que se governa um país. O presidente tem que ser exemplo de decência, dignidade e de comportamento civilizado”, afirmou Lula.

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O presidente também destacou o fato de o PT não ter maioria no Congresso — são 68 deputados federais e oito senadores. “Quando eu venci as eleições, disseram que eu teria dificuldade de governar porque o Arthur Lira era o presidente da Câmara. Construímos aliança com vários partidos políticos e, veja que interessante, para as pessoas que diziam que eu teria prejuízo, no meu mandato anterior, eu tive Renan [Calheiros] como presidente da Câmara. E agora quis Deus que eu tivesse outro alagoano na presidência da Câmara”, declarou.

Lira destaca trabalho conjunto

Em discurso, Arthur Lira também destacou o trabalho conjunto dos Poderes. “Começamos esta semana deixando a polarização em suspenso, quando o senhor [Lula] convidou os presidentes da Câmara, do Senado, do Supremo [Tribunal Federal] e TCU [Tribunal de Contas da União] para todos juntos irmos ao Rio Grande do Sul. A polarização deu trégua sob seu comando, para que todos, independentemente, de eleição pudessem se unir”, declarou Lira, ao acrescentar que faz “política de maneira reta”. “Não escondo meus posicionamentos, mas nunca fiz política falando mal de ninguém, nem denegrindo a imagem de ninguém, nem procurando saber o que fazem ou o que não fazem”, completou.

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Lira também afirmou que tem trabalhado para que o governo de Lula não tenha “nenhuma dificuldade para cumprir promessas feitas aos seus eleitores”. “Através das empresas federais Codevasf [Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba] e Funasa [Fundação Nacional de Saúde] e de emendas parlamentares, que tantos falam e denigrem, levamos água através do canal do Sertão para a zona rural”, destacou.

Pé-de-Meia e Imposto de Renda

Lula aproveitou a ocasião para elogiar o Pé-de-Meia, programa do Ministério da Educação de combate à evasão escolar que prevê pagamentos mensais a estudantes do Ensino Médio inscritos no Bolsa Família e no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal). Se consideradas as dez parcelas de incentivo, os depósitos anuais e o adicional de R$ 200 pela participação no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) na última série, o benefício pode chegar a R$ 9.200 por aluno.

“Se não fizermos esses meninos e meninas voltarem para a escola e estudar e investir dinheiro, vamos ter que gastar criando cadeia e, quem sabe, fazendo enterro de muitas crianças mortas pelo crescimento do crime organizado”, argumentou Lula.

O presidente reforçou, ainda, a intenção de isentar do Imposto de Renda, até 2026, quem recebe até R$ 5 mil por mês. Segundo o petista, que usou o exemplo da Petrobras, quem tem de pagar tributos são os ricos. “Quer ver um absurdo? Esses dias vocês viram na imprensa uma briga — a Petrobras pagou só de dividendos para os acionistas minoritários R$ 45 bilhões e nenhum centavo de Imposto de Renda. Quando pobre ganha R$ 3 conto, já vai o Imposto de Renda tirar o dinheirinho dele. A gente quer que os ricos paguem. A gente vai isentar na cesta básica tudo que é alimento de interesse do povo pobre. Não tem que pagar imposto sobre comida”, prometeu.





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