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R7 Brasília

Câmara convida Mauro Vieira para explicar relação com a França após crise do Carrefour

Convite foi provado de forma simbólica pelos deputados, foi apresentado pelo presidente da comissão, Evair de Melo

Brasília|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

Mauro Vieira é chamado para falar sobre Carrefour Pedro França/Agência Senado/14-03-24

A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (27), um convite para que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, compareça ao colegiado para esclarecer o impacto da crise envolvendo a França e a marca Carrefour, que anunciou o boicote às carnes brasileiras.

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O convite, aprovado de forma simbólica pelos deputados, foi apresentado pelo presidente da comissão, Evair de Melo (PP-ES). Por conta da proximidade do recesso parlamentar, é provável que o comparativo de Vieira só ocorra em 2025. Durante a sessão, os parlamentares destacaram a necessidade de o chanceler abordar como a crise afeta as negociações do acordo entre a União Europeia e o Mercosul.

Segundo Evair de Melo, o ministro deverá detalhar como o governo brasileiro está lidando com o boicote do Carrefour e discutir o andamento do pacto comercial, que enfrenta forte resistência da França.

Entenda

A tensão surgiu após o anúncio do CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, de que as lojas da rede na França deixariam de comprar carnes provenientes do Mercosul, incluindo o Brasil. A decisão foi justificada como uma resposta às pressões dos sindicatos franceses e às preocupações ambientais impostas pela União Europeia.


O anúncio gerou forte acontecimento no Brasil. Grandes frigoríficos, como Marfrig , JBS, Masterboi e Minerva, responsáveis por 80% do fornecimento de carne do Carrefour no país, suspenderam o abastecimento para as unidades brasileiras da rede.

Bompard tentou minimizar a crise com a publicação de uma carta de representação, na qual pediu desculpas caso a “comunicação do Carrefour França” tenha causado “confusão” ou sido interpretada como uma crítica à agricultura brasileira. No entanto, a empresa manteve a decisão de priorizar a compra de carne de produtores franceses, reforçando a sua posição no mercado local.


“Temos orgulho de sermos um grande parceiro histórico da agricultura brasileira. Sabemos que uma agropecuária brasileira fornece carne de alta qualidade e sabor. Assim seguiremos prestigiando a produção e os atores locais e fomentando a economia do Brasil”, escreveu Bompard na carta.

Impactos no acordo Mercosul-União Europeia

A crise também reacendeu o debate sobre o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. A França, principal oponente do tratado, utiliza questões ambientais e econômicas para explicar sua resistência, enquanto outros países europeus, como Alemanha e Espanha, pressionam por um estágio positivo.


Os parlamentares brasileiros têm que a postura do Carrefour reflete uma estratégia mais ampla para dificultar o avanço do acordo, o que leva Mauro Vieira a abordar as medidas que o governo pretende adotar para proteger as exportações brasileiras.

O convite ao chanceler ocorre em um momento de intensa pressão política e comercial, com parlamentares exigindo um posicionamento mais firme do governo brasileiro nas negociações.

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