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Deputado propõe CPI na Câmara para investigar ações do MST

Parlamentar do Republicanos quer encontrar financiadores de invasões de terras produtivas

Brasília|Do R7

Integrantes do MST durante reintegração de posse em fazenda da Suzano invadida na Bahia
Integrantes do MST durante reintegração de posse em fazenda da Suzano invadida na Bahia Integrantes do MST durante reintegração de posse em fazenda da Suzano invadida na Bahia

O deputado federal Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) pediu a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar as ações e invasões recentes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). O requerimento foi apresentado na terça-feira (7).

De acordo com o deputado, foram recolhidas, até o momento, 60 assinaturas. Entre os parlamentares que apoiam a iniciativa, segundo listou Zucco, estão representantes do União Brasil, Progressistas, Republicanos, PL, Podemos e MDB.

Para a instalação de uma CPI na Câmara dos Deputadas, é necessário o apoio de um terço dos integrantes da casa, ou seja, 171 deputados.

Ao R7, Zucco destacou que o principal objetivo da comissão é investigar as recentes invasões do movimento em locais com produção ativa. Na semana passada, três fazendas da produtora de papel e celulose Suzano foram invadidas pelo MST na Bahia.

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"Estamos acompanhando as manifestações e invasões de terras produtivas que vêm acontecendo em vários estados do Brasil, como São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Mato Grosso do Sul, muitas vezes com integrantes de movimentos armados. Não podemos admitir isso. Em menos de dois meses, temos mais invasões do que em quatro anos [do governo do ex-presidente Jair] Bolsonaro, que distribuiu milhares de títulos rurais", afirmou o deputado.

Zucco pretende chegar ao centro da atuação do movimento. "Queremos saber quem são os líderes e financiadores dos ônibus, hospedagens e alimentações. Recebemos a informação de que existe um manifesto com orientações para as invasões. Isso é crime. A CPI tem o intuito de desmascarar esse movimento, que não busca reforma agrária, mas que está cometendo crimes contra propriedades. Recebemos relatos de funcionários expulsos, animais mortos e plantações destruídas", listou.

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O parlamentar defende a convocação, na CPI, dos líderes do movimento. "Vamos convocar o líder do MST e vamos procurar identificar em todos os estados quem se apresenta como liderança, além das empresas de transporte envolvidas nos deslocamentos", completou Zucco. De acordo com o requerimento de criação, a CPI do MST seria composta de 27 titulares e 27 suplentes, com prazo de até 120 dias. 

Procurado pelo R7, o MST afirmou que acredita que a criação da CPI não deve se concretizar. "O Brasil precisa de políticas públicas para acabar com a fome e produzir alimentos saudáveis para o povo. A terra e a moradia são direitos dos trabalhadores, que têm o direito de lutar para conquistar melhores condições de vida e pressionar para que o governo cumpra seu papel", escreveu, em nota, a assessoria de imprensa do movimento.

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Outra comissão sobre o MST

Em 2009, durante o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deputados e senadores aprovaram a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar repasses federais a entidades ligadas ao MST.

O relatório final da CPMI foi apresentado em julho de 2010 e era de autoria de Jilmar Tatto (PT-SP), que, à época deputado federal, era o relator da comissão. O texto apontou não haver indícios de irregularidade nos convênios analisados. 

A CPMI foi criada por requerimento da então senadora Kátia Abreu (PP-TO). Ela era composta de 33 senadores (18 titulares e 15 suplentes) e 36 deputados federais (18 titulares e 18 suplentes).

Invasões recentes

Três fazendas da empresa de papel e celulose Suzano foram invadidas pelo MST na semana passada, nos municípios baianos de Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas. Cerca de 1.700 integrantes do movimento participaram dos atos. Uma das justificativas apresentadas para as invasões seria o descumprimento, por parte da Suzano, de um acordo firmado em 2011 sobre o assentamento de famílias.

Os manifestantes foram retirados dos locais invadidos nesta terça-feira (7). De acordo com o próprio MST, a reintegração ocorreu de forma pacífica e foi acompanhada por profissionais de assistência social, policiais militares e seguranças da Suzano. Após o despejo, os militantes seguiram para acampamentos vizinhos.

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