Advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e cotado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin é um dos defensores da Americanas. Ele defende a empresa da acusação de fraudes contábeis em processo que corre no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em que o banco BTG Pactual briga para travar R$ 1,2 bilhão do caixa da varejista.
Depois do BTG, outros bancos bloquearam recursos da empresa, que teve de pedir recuperação judicial para não quebrar. Após bloqueios judiciais e o cancelamento de adiantamentos, a varejista ficou com o caixa quase vazio. Uma proposta foi apresentada a credores financeiros, mas não houve acordo até o momento, informou a empresa na última terça-feira (7).
Em janeiro desse ano, Sergio Rial, ex-CEO da empresa, renunciou ao cargo e emitiu um comunicado ao mercado, por meio de fato relevante, em que anunciava um rombo de R$ 20 bilhões nos balanços financeiros da empresa. Posteriormente, uma análise interna determinou que a dívida pode chegar a R$ 40 bilhões. A companhia pagava fornecedores por meio de uma triangulação com bancos, mas os pagamentos não foram devidamente dimensionados e realizados, o que gerou a dívida.
'Bom dia, ministro'
Como o R7 mostrou, no início do mês, na recepção de um hotel de luxo em Brasília, Zanin dedicou boa parte da manhã a responder assédios de hóspedes. O advogado não deixou sem resposta nenhum "bom dia, ministro" que ouviu de quem passava pelo lobby. E foram vários.
As saudações ocorreram em meio a uma possibilidade que circula em Brasília de Zanin ser indicado pelo presidente para ocupar uma vaga no STF ainda neste ano. E uma cadeira está perto de vagar. É a de Ricardo Lewandowski, que deixa a Suprema Corte em maio, após 17 anos.
Lula ainda não bateu o martelo para quem vai ser o próximo ministro, mas, se depender dos hóspedes de Brasília, o bom-dia a Cristiano Zanin está garantido.
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Zanin tem 47 anos, é de Piracicaba, em São Paulo, e advogado de Lula desde 2013. Apesar de advogar para Lula na área criminal, Zanin se diz especialista em “litígios estratégicos e decisivos, empresariais ou criminais, nacionais e transnacionais”. Caso seja indicado ao STF — e aprovado na sabatina do Congresso Nacional —, será o ministro mais novo na atual composição do Supremo.