Entrevista exclusiva: 65% da primeira geração do Bolsa Família saiu da pobreza, diz ministro
Confira conversa com Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome
Brasília|Luiz Fara Monteiro, da Record TV, e Emerson Fonseca Fraga, do R7, em Brasília
"Aquela primeira geração do Bolsa Família [de 2004], 65% dela hoje saiu da pobreza, ou seja, é uma geração vitoriosa", afirmou Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, em entrevista exclusiva à Record TV na quarta-feira (18). De acordo com ele, parte dessas famílias atualmente é de classe média.
Questionado sobre a expectativa de saída do Brasil do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), Dias disse que "nós vamos sair de novo". "Nós recebemos uma quantidade muito grande de pessoas que passam fome: 33 milhões de brasileiros, segundo a última pesquisa, de 2021, [número] que se repetiu em 2022", lamentou. Veja a íntegra:
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"O compromisso do Brasil com a ONU [...] é 2030. Quanto que o Brasil vai tirar da fome até 2030? Eu estou animado. Com base nesses estudos que foram feitos, nós podemos ter um resultado mais cedo", afirmou.
"O resultado de 2023 já vai ser bem melhor. 2024, bem melhor que 2023. 2025: bem melhor", opinou o ministro. Segundo ele, essa é uma preocupação de toda a sociedade brasileira. "Quando uma parte não dorme porque está com fome, a outra não dorme com medo dessa parcela."
Dias disse ainda que é uma prioridade do governo a inserção dos beneficiários do Bolsa Família no mercado de trabalho. "Nós celebramos agora um acordo com o setor do café [...]. E ali, veja, cresceu o número de pessoas com carteira assinada lá no setor do café. Estamos fazendo isso com várias áreas."
O ministro lembrou que o novo Bolsa Família, que começou a valer neste ano, não prevê a perda do benefício a quem tiver carteira assinada. "Isso criou um medo de assinar carteira. Criou um medo de formalizar um negócio. Agora nós mudamos isso. O que vale para sair é renda de trabalho. Então, por exemplo, a dona Luana trabalha de carteira assinada, ganha salário mínimo e recebe o Bolsa Família. Não perde o Bolsa Família porque assinou a carteira. É preciso que a renda [per capita] dela ultrapasse R$ 660 para sair", explicou.
Segundo ele, o foco é dar oportunidades de crescimento econômico a quem está no cadastro de benefícios sociais do governo. "No novo Bolsa Família, nós temos uma base com pessoas com melhor escolaridade. Muita gente com ensino médio, com ensino técnico — 10% das pessoas têm ensino superior. Então é dar a mão a essas pessoas. Aqui é uma riqueza do Brasil que, se a gente der a mão a essas pessoas, dando crédito, dando condições de crescer, o Brasil ganha. E quanto mais o Brasil tira pessoas da pobreza, mais também impacta na economia. Isso faz crescer a classe média", afirmou.