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Extremistas que participaram de atos conheciam táticas de guerrilha, diz coronel da PM

Em depoimento à CPI da Câmara Legislativa, Jorge Naime falou sobre os ataques de vândalos em 8 de janeiro e 12 de dezembro

Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília


Manifestantes tentam invadir PF na Asa Norte
Manifestantes tentam invadir PF na Asa Norte

Responsável por chefiar o departamento operacional da Polícia Militar do Distrito Federal durante a invasão de vândalos às sedes dos Três Poderes, o coronel Jorge Eduardo Naime disse à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos atos extremistas que os manifestantes que entraram em confronto com a polícia nos eventos de 8 de janeiro e 12 de dezembro eram treinados em tática de guerrilha e contraguerrilha.

Naime era o chefe do Departamento de Operações (DOP) nas duas ocasiões, mas estava de folga nos atos de 8 de janeiro.

De acordo com o militar, nas duas ocasiões, manifestantes levaram estilingues, bolas de gude e outros equipamentos para entrar em confronto com a corporação. Em 12 de dezembro, durante a tentativa de invasão à sede da Polícia Federal em Brasília, alguns vândalos estariam armados, inclusive, com coquetel molotov — mistura química em garrafas para atear fogo em veículos e equipamentos públicos.

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O depoente comparou o número de tiros de bala de borracha disparados em 8 de janeiro com o das manifestações que resultaram na depredação da Rodoviária do Plano Piloto, em 2017. Segundo Naime, em 2017, os militares dispararam 900 tiros para conter os manifestantes. Já em 8 de janeiro deste ano, a corporação disparou 4.000 tiros.

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Naime também detalhou os protestos de 12 de dezembro, data da diplomação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Segundo o coronel, a PF prendeu um dos organizadores das manifestações em um ônibus, no meio de outros manifestantes, sem informar nem pedir apoio à Polícia Militar, o que inflamou os grupos.

Após a prisão, os insatisfeitos foram à porta da corporação para tentar liberar o líder detido, identificado como José Serere Xavante, que seria um indígena.

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Sem prisões

De acordo com o coronel, não houve prisões nas manifestações de 12 de dezembro porque a Polícia Militar foi acionada quando, nas palavras do depoente, a situação na sede da Polícia Federal, na Asa Norte, “já estava pegando fogo”.

Naime explicou que os primeiros militares a chegar ao local não estavam equipados para o confronto, o que ele atribuiu a uma falha na inteligência, e que o batalhão de choque da corporação, que chegou na sequência, não está apto para fazer prisões, justamente por ser treinado para o confronto.

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Depois de terem neutralizado os grupos, outras equipes da PM rodaram a região em busca dos manifestantes que tinham, segundo Naime, “desaparecido”. O coronel relatou que o comandante da PM à época, o coronel Fábio Augusto de Oliveira, soube depois, por empresários do ramo hoteleiro, que os grupos que tentaram invadir a sede da PF estavam hospedados em hotéis da região e deram entrada nos estabelecimentos após a ação da Polícia Militar.

“O que nos impressionava era a destreza com que eles combatiam. Depois [dos confrontos], soltamos equipes para prender. Eles sumiram. Mandamos para o acampamento. Fomos para lá e não tinha nada. No dia seguinte, o comandante foi para uma reunião na rede hoteleira, e um empresário disse que estavam no hotel”, relatou o coronel aos deputados distritais.

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