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Interventor federal no DF sugere sabotagem de Anderson Torres

Ricardo Cappelli afirmou que as investigações sobre as invasões às sedes dos Três Poderes, em Brasília, estão abertas

Brasília|Hellen Leite e Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Interventor federal Ricardo Cappelli e ministro da Justiça, Flávio Dino
Interventor federal Ricardo Cappelli e ministro da Justiça, Flávio Dino

interventor federal na segurança no Governo do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, sugeriu nesta terça-feira (10) eventual sabotagem por parte do ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres diante da invasão de extremistas às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no último domingo (8).

Cappelli avalia que houve uma operação de segurança exemplar durante a posse do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 1º de janeiro. Uma semana depois, no entanto, ocorreram os atos de vandalismo que deixaram um rastro de destruição na capital federal.

"Por que mudou tanto? O ex-ministro da Justiça Anderson Torres assumiu a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, fez uma série de alterações na pasta e viajou. É coincidência um ex-ministro de Bolsonaro assumir a Segurança Pública do Distrito Federal no dia 2 [de janeiro] e no dia 8 [de janeiro] acontecer o que aconteceu? Não me parece coincidência", afirmou o interventor.

Questionado por jornalistas se há provas de sua acusação, Cappelli afirmou que "as investigações estão abertas". "O ministro Alexandre de Moraes já tomou uma série de decisões, e tudo vai ser apurado. É muito estranho que uma manifestação, com por volta de 5.000 pessoas, consiga fazer o que fez", avalia.


Segundo o interventor, a invasão só acontece se houver a parcimônia e eventual conivência.

A reportagem busca contato com Torres. O espaço está aberto para manifestação. No entanto, horas após ser exonerado do comando da Segurança Pública do DF, Torres divulgou uma nota nas redes sociais negando conivência com as manifestações.


"Lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos", disse. "Estou certo de que esse execrável episódio será totalmente esclarecido, e seus responsáveis exemplarmente punidos", completou.

Na tarde do último domingo (8), extremistas invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). Diante do cenário, o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, decretou intervenção na segurança do Governo do Distrito Federal até 31 de janeiro. 


Ao todo, cerca de 1.500 pessoas estão detidas por participação nos atos antidemocráticos. Um levantamento feito no começo da tarde desta segunda-feira (9) pelas forças de segurança do DF afirma que os vândalos estão presos na sede da Polícia Civil, na Superintendência da Polícia Federal e na Academia da PF.

Financiadores

De acordo com o interventor federal, um dos pontos principais da investigação é descobrir os financiadores das invasões. Até o momento, o governo federal identificou financiadores dos atos antidemocráticos em dez estados.

"Uma operação, com ônibus mobilizados do Brasil inteiro, é muito improvável que tudo isso tenha sido feito de forma espontânea. Tudo indica que foi orquestrada, com financiadores estruturados, e tudo isso está sendo apurado. Vamos até as últimas consequências, não só quem depredou, mas quem financiou os atos lamentáveis", garantiu.

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