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R7 Brasília

Itamaraty vai cobrar explicações de embaixadora da Espanha por racismo contra Vini Jr.

Atleta brasileiro que joga no Real Madrid foi vítima de gritos de 'macaco' por parte da torcida do Valencia neste domingo (21)

Brasília|Bruna Lima, do R7, e Natalie Machado, da Record TV

O Itamaraty acionou a embaixadora da Espanha no Brasil, Mar Fernández-Palacios, para cobrar explicações após o novo episódio de racismo sofrido pelo jogador de futebol brasileiro Vini Jr. neste domingo (21), durante um jogo pelo campeonato espanhol. O R7 verificou que o embaixador do Brasil na Espanha, Orlando Leite Ribeiro, tem feito forte pressão nas autoridades governamentais e esportivas envolvidas.

A atuação do Itamaraty vem demonstrar aversão quanto ao episódio e quer ações efetivas, além de nota de repúdio. O órgão já tem cobrado atuação das representações diplomáticas da Espanha contra os recentes casos de racismo sofridos pelo atleta.

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Pelas redes sociais, a embaixada da Espanha no Brasil condenou "com veemência as manifestações e atitudes racistas" e expressou solidariedade a Vini Jr. "pelos ataques intoleráveis e covardes que de nenhuma maneira refletem as posições antirracistas da absoluta maioria da população espanhola". 

Nesse domingo (21), Vini Jr. foi atacado por parte da torcida do Valencia, que esteve presente no estádio de Mestalla, na Espanha, para ver o jogo do clube contra o Real Madrid.


Embate

Após os ataques, o craque do Real Madrid se pronunciou pelas redes sociais e falou contra as ações da LaLiga: "Não foi a primeira vez, nem a segunda, nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a federação também, e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas", afirmou.

O brasileiro escreveu que a Espanha o acolheu e que ele ama o país; no entanto, reitera que a nação é racista. Em outra rede social, Vinícius Jr. também se lamentou. "O prêmio que os racistas ganharam foi a minha expulsão", reforçou.


Muito criticado, o presidente da LaLiga, Javier Tebas, foi a público, por meio de suas redes sociais, criticar a postura de Vinícius em vez de defendê-lo.

"Já que aqueles que deveriam não explicam o que a LaLiga pode fazer nos casos de racismo, nós tentamos explicar a você, mas você não se apresentou em nenhuma das datas combinadas que você mesmo solicitou. Antes de criticar e insultar a LaLiga, é necessário se informar adequadamente. Não se deixe manipular, e tenha certeza de entender bem as competências de cada um e o trabalho que estamos fazendo juntos", disse.

Vini Jr., então, reagiu novamente pelas redes sociais: "Mais uma vez, em vez de criticar racistas, o presidente da LaLiga aparece nas redes sociais para me atacar. Quero ações e punições. Não me comove".

Repercussão

Além do Itamaraty, autoridades brasileiras se movimentam em busca de punições no caso de racismo. Ministérios da Igualdade Racial e do Esporte, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e do titular da pasta da Justiça, Flávio Dino, repudiaram a agressão.

"Repudiamos mais uma agressão racista contra Vini Jr. Notificaremos autoridades espanholas e a LaLiga. O governo brasileiro não tolerará racismo nem aqui, nem fora do Brasil. Trabalharemos para que todo atleta brasileiro negro possa exercer o seu esporte sem passar por violências", informou o Ministério da Igualdade Racial em comunicado.

Também em nota, o Ministério do Esporte prestou solidariedade ao atleta da seleção brasileira e anunciou a criação de um grupo de trabalho. "Não podemos aceitar que o futebol tenha cenas de preconceito racial."

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que "estádio de futebol é espaço para jogadores e torcedores de todas as cores. Já o lugar de racista é outro".

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