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PM empregou militares em formação e poucos equipamentos no dia do ataque em Brasília 

Alunos do Curso de Formação de Praças foram alocados na praça dos Três Poderes portando apenas cassetete e spray de pimenta 

Brasília|Renato Souza, do R7, em Brasília

Policiais durante a invasão em Brasília no último domingo
Policiais durante a invasão em Brasília no último domingo Policiais durante a invasão em Brasília no último domingo

Parte do efetivo empregado pela Polícia Militar na praça dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, quando extremistas invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília, era composta de alunos do Curso de Formação de Praças (CFP).

De acordo com fontes ligadas à gestão do policiamento consultadas pelo R7, os militares, que ainda não tinham experiência com distúrbios em larga escala, foram enviados ao local apenas com cassetetes e spray de pimenta.

As tropas especiais da corporação, utilizadas em situações de conflito e que demandam maior capacidade de uso da força e de repressão, só teriam chegado ao local às 16h do mesmo dia, quando os edifícios-sede do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso e o Palácio do Planalto já tinham sido invadidos.

Apesar do esforço dos alunos do CFP em repelir os extremistas, a ausência de equipamentos de efeito moral, balas de borracha e choque, aliada à inexperiência, teriam gerado um entrave para impedir o avanço dos invasores.

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Treinamento dos alunos do Curso de Formação de Praças (CFP)
Treinamento dos alunos do Curso de Formação de Praças (CFP) Treinamento dos alunos do Curso de Formação de Praças (CFP)

Questionado sobre o caso, o interventor federal, Ricardo Cappelli, afirmou que o emprego dos alunos não comprometeu a ação de segurança. "Não prejudicou. Ao contrário, reforçou o contingente da PMDF que estava lá para conter os terroristas", disse ele.

A reportagem apurou que o governador Ibaneis Rocha declarou, em depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (13), que não estava tendo acesso a algumas informações da Secretaria de Segurança Pública. Ibaneis também disse ter feito a gestão da segurança de acordo com as informações que estava recebendo e que a gravidade da situação não foi relatada a ele.

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O advogado criminal Alexandre Carvalho, que faz a defesa dos policiais, afirmou que não tem conhecimento do uso de militares em formação no dia do atentado, mas que os alunos já estão na fase final do curso.

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"Pelas informações que obtive, os alunos já estão na finalização do curso e são preparados para essas situações. Logo, não haveria nenhum prejuízo à segurança pública", disse.

A PM publicou uma nota sobre a situação. A corporação alega que empregou todos os esforços possíveis para evitar os ataques e a depredação dos prédios públicos.

Nota PMDF

Leia a íntegra da nota:

Nota oficial da PMDF sobre a manifestação de 8 de janeiro

A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) esclarece que vem trabalhando constantemente com reforço de policiamento na Capital Federal desde o período natalino, festas de final de ano e das cerimônias de posse dos governos federal e distrital no início de janeiro.

Sobre os graves eventos ocorridos nas manifestações do dia 8 de janeiro de 2023, a PMDF, em planejamento conjunto com outros órgãos distritais e federais de segurança pública, adotou protocolos para reforçar o policiamento preventivo na região central de Brasília com vistas a garantir a segurança e a ordem pública. Coube à PMDF grande parte dos encargos, cabendo aos demais órgãos de segurança a responsabilidade dentro de suas competências.

Dentre as medidas adotadas, os participantes foram informados sobre as restrições de deslocamentos pelas vias públicas, de forma a garantir o tráfego e a segurança da população. A passeata seria como comumente é feito pela PMDF, organizada mediante a ocupação de faixas da avenida N-1 do Eixo Monumental. Concomitantemente, nenhum ônibus, carreatas ou motociatas foram permitidos, tendo sido rechaçada por policiais militares do Batalhão de Trânsito (BPTran) qualquer tentativa de descumprimento a isso. Durante a passeata, alguns manifestantes foram presos pelo BPTran por porte de objetos nocivos como atiradeiras, bolas de gude e pedras.

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Até o início da tarde, os manifestantes se comportavam de maneira colaborativa, quando de forma abrupta passaram a hostilizar e entrar em confronto violento com os policiais militares conseguindo invadir os prédios dos Três Poderes, momento em que recursos adicionais especializados da Corporação foram acionados para contenção e restabelecimento da ordem. 

Todo efetivo disponível da Corporação foi mobilizado para comparecimento imediato ao serviço. Instalações dos Três Poderes da República foram retomadas por meio de ações enérgicas da PMDF que ainda apoiou diversos órgãos com materiais e pessoal no cumprimento de suas atribuições. Centenas de manifestantes foram detidos e conduzidos pela PMDF para as devidas medidas de responsabilização.

É de se destacar que dezenas de policiais militares do DF foram feridos durante as ações, sendo vários com gravidade. A estes, o Comando da Corporação e toda sociedade brasiliense rendem o reconhecimento pelo comprometimento e cumprimento do dever, mesmo com o risco da própria vida.

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