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Após cinco pregões, dólar cai e fecha a R$ 5,44; Ibovespa tem alta de 0,74%

Moeda acumula valorização de 3,62% em junho e de 12,10% no ano; bolsa registra volta à retomada moderada aos 121.341,13 pontos

Economia|Do Estadão Conteúdo

Dólar já valorizou mais de 10% CRIS FAGA/DRAGONFLY PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 12.06.2024

Após cinco pregões consecutivos de alta, o dólar caiu na sessão desta sexta-feira (21). Segundo operadores, o recuo da moeda norte-americana em relação a divisas latino-americanas, em especial o peso mexicano, abriu espaço para ajustes e realização de lucros no mercado local. Houve relatos também de internalização de recursos por exportadores para aproveitar a escalada das cotações nos últimos dias.

Com mínima a R$ 5,4238 e máxima a R$ 5,4625, o dólar à vista terminou a sessão em queda de 0,39%, cotado a R$ 5,4408. A moeda encerra a semana com ganho de 1,09%, o que leva a alta acumulada em junho a 3,62%. No ano, os ganhos de 12,10%. Na quinta, o dólar fechou no maior valor desde 22 de julho de 2022.

Já o Ibovespa subiu 0,74%, aos 121.341,13 pontos, em dia de vencimento de opções sobre ações, registrando novo degrau na retomada moderada desta semana, em que havia largado na depreciada casa dos 119 mil pontos, então nas mínimas desde novembro passado. Em recuperação parcial, acumulou ganho de 1,40% na semana, vindo de perdas nas quatro anteriores, desde 20 de maio. Em avanço nas últimas quatro sessões, o Ibovespa limita a queda de junho a 0 62%, mês que chega ao fim para o mercado na próxima sexta-feira.

O real apresentou o pior desempenho entre divisas emergentes, sobretudo na comparação com os pares latino-americanos, nesta semana. No ano, levando em conta as principais moedas globais, de emergentes e desenvolvidos, o dólar ostenta os maiores ganhos em relação ao iene e ao real.


Analistas afirmam que o aumento do ceticismo com o cumprimento de metas fiscais e a desconfiança com a gestão da política monetária continuam a sustentar a demanda dos investidores por hedge cambial. A decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 10,50% não dissipou os temores de um Banco Central mais leniente com a inflação a partir de 2025.

A economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico, afirma que o real foi afetado nesta semana pelos discursos do governo com questionamento à autonomia do Banco Central, apesar da tentativa do Copom de “ganho de credibilidade no curto prazo” com o consenso entre os diretores em torno da manutenção dos juros.


“Embora o Copom tenha mantido a taxa de juros inalterada e de maneira unânime, o mercado ainda observa com cautela as decisões políticas e toma posições avessas ao risco”, afirma Damico, acrescentando que o governo, apesar de iniciar a discussão de corte de gastos, não trouxe uma “decisão específica e clara” sobre o tema. “Esse cenário, aliado a um fluxo negativo, fez com que por mais uma semana o real tivesse uma performance pior comparada aos pares.”

A sensibilidade dos investidores aos ruídos políticos é grande. Nesta sexta, o dólar chegou a zerar pontualmente as perdas por volta das 15h45 em meio a declarações críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e à atual gestão da política monetária. Em entrevista à rádio Mirante News, do Maranhão, Lula disse que Campos Neto é seu “adversário político e ideológico”, além de não “estar preocupado” com a governança adotada pelo governo.


”Nós estamos chegando no momento de trocar o presidente do Banco Central. Eu acho que as coisas vão voltar à normalidade, porque o Brasil é um país de muita confiabilidade”, afirmou Lula, que na quinta já havia criticado a decisão do Copom e Campos Neto, cujo mandato termina no fim deste ano. Lula também disse que a valorização do dólar não preocupa o governo.

Para o economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, as dúvidas sobre o quadro fiscal seguem como principal indutor da alta do dólar. Ele lembra que, na quinta, além dos ataques à política monetária, Lula afirmou que não está na pauta do governo estabelecer novos limites para gastos com saúde e educação ou desindexar benefícios previdenciários da política de valorização do salário mínimo.

”Isso traz muita incerteza. Sem o anúncio de medidas, a tendência é o câmbio ficar pressionado ao longo das próximas semanas”, afirma Costa, para quem o impacto favorável da decisão do Copom na quarta-feira (19) foi anulado pelas falas de Lula.

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