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Banco do Brasil lucra R$ 8,5 bilhões no 1º trimestre, com crescimento da carteira de crédito

Saldo dos empréstimos e financiamentos foi de R$ 1,03 trilhão em março, com registro de alta de 16,8% na comparação de 12 meses

Economia|Mariana Botta, do R7


Tarciana Medeiros, presidenta do Banco do Brasil
Tarciana Medeiros, presidenta do Banco do Brasil

Nos primeiros três meses do ano, o BB (Banco do Brasil) cresceu 28,9% em relação a igual período de 2022, com lucro líquido ajustado de R$ 8,5 bilhões. O balanço, divulgado na segunda-feira (15) após o fechamento do mercado, foi apresentado a jornalistas nesta terça (16) por Tarciana Medeiros, presidenta do banco, e pelos vice-presidentes Marco Geovanne da Silva e Francisco Lassalvia. 

Segundo a instituição, esse crescimento representa um RSPL (retorno sobre patrimônio líquido), ou seja, um ganho de 21,0% obtido com investimento de capital próprio. Assim, no primeiro trimestre de 2023, o valor adicionado à empresa, que é uma sociedade de economia mista (o governo federal do Brasil tem 50% das ações), superou R$ 21 bilhões. No mesmo período, o Índice de Capital Principal do BB fechou em 12,01%.

Os resultados refletem o crescimento da carteira de crédito do BB, que os executivos qualificam como 'um crescimento responsável', com performance positiva em todos os segmentos.

O saldo da carteira de crédito ampliada foi de R$ 1,03 trilhão em março de 2023. Ela reúne as operações concedidas pelas entidades do setor financeiro, como os TVM (títulos e valores mobiliários) privados e garantias, de setores residentes (governos, empresas não financeiras e instituições sem fins lucrativos) e não residentes (que constituem a dívida externa). 

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Na comparação sobre 12 meses, o crescimento da carteira de crédito foi de 16,8%. No primeiro trimestre deste ano, ela registrou alta de 2,7%, e o maior crescimento foi no crédito para o agronegócio, que aumentou 26,7%, totalizando R$ 322,5 bilhões. 

“Somos os líderes nesse segmento e queremos ter uma posição de destaque ainda maior. Os números mostram a prioridade que damos para a parceria com o agronegócio: no atual plano safra, já desembolsamos mais de R$ 148 bilhões, crescimento de 30% sobre a safra anterior”, falou Tarciana Medeiros.

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Nas operações em agricultura familiar, o banco apresentou crescimento de 38% no desembolso de crédito, atingindo saldo de R$ 58,4 bilhões.

Crédito consignado

A presidenta do banco afirmou que a principal estratégia do BB é construir um relacionamento de longo prazo com os clientes, por meio de "uma experiência personalizada e de excelência".

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No primeiro trimestre deste ano, o crédito para pessoas físicas cresceu 3,6% e, em 12 meses, a expansão registrada foi de 11,7%, alcançando R$ 300,1 bilhões. Desse montante, mais de R$ 100 bilhões foram direcionados a empréstimos com desconto em folha, uma alta de 40% em relação a 2022, que atende atualmente a 700 mil clientes.

A carteira de crédito consignado teve crescimento de 3% no trimestre e de 9,6% em um ano, e o não consignado aumentou 3,7% entre janeiro e março de 2023 e, em 12 meses, registrou alta de 9,3%.

Os empréstimos para MPME (micro, pequenas e médias empresas) passaram de R$ 92,4 bilhões no primeiro trimestre de 2022 para R$ 114,8 bilhões no mesmo período deste ano, alta de 24,2%. Enquanto isso, a carteira de crédito para grandes empresas e governos cresceu 8,1% e, em março, era de R$ 247,2 bilhões.

Inadimplência

As linhas de crédito para pessoa física têm o maior nível de inadimplência do trimestre, de 5,39%. O número de dívidas com pagamento em atraso há mais de 90 dias aumentou de 1,89%, registrado em março de 2022, para 2,62%, em março deste ano. 

Para os gestores do Banco do Brasil, esse índice, menor que a média de 3,3% do SFN (Sistema financeiro nacional), tende a diminuir. “Nós já conseguimos enxergar que essa inadimplência atingiu o seu pico”, disse o CFO (diretor financeiro) da instituição, Geovanne Tobias.

"Em nenhum momento deixamos de trabalhar as possibilidades de renegociação com nossos clientes, que podem fazer os acordos até via WhatsApp. O volume de renegociações aumentou 40%, foram R$ 2,5 bilhões em dívidas recuperados", falou Tarciana. 

Na carteira de crédito destinado a empresas, a inadimplência é menor: foi de 2,13% em março de 2023, contra 1,23% no mesmo mês do ano passado. Entretanto, a estabilidade para esse segmento ainda está distante, na avaliação da direção do banco.

“Nós tivemos uma continuidade desse crescimento na pessoa jurídica, nesse primeiro trimestre, que reflete, principalmente, o que aconteceu no mercado de captação das grandes empresas de títulos privados. Basicamente, esse mercado travou. Ficou mais caro e mais difícil para essas empresas se refinanciarem no mercado de capitais”, explicou Tobias.

Nas projeções para 2023, o BB espera expandir a carteira de crédito entre 8% e 12%, e o lucro líquido ajustado estimado para o ano dica entre R$ 33 bilhões e R$ 37 bilhões. 

Questionada sobre uma possível interferência do governo federal na política de crédito do banco, a presidenta Tarciana Medeiros afirmou que "não há pressão ou direcionamento para que o banco atue com linhas de negócios que não tragam resultado adequado".

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