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Dólar fecha abaixo de R$ 4,90 e atinge menor nível em quase um ano

A moeda americana foi cotada a R$ 4,88, com queda de 0,67%. Esse é o menor nível desde 7 de junho de 2022

Economia|Do R7

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,8891 na venda
O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,8891 na venda

O dólar à vista recuou, nesta segunda-feira (15), pela quinta sessão consecutiva, em relação ao real e chegou ao menor nível de fechamento desde junho de 2022, favorecido pelo diferencial de juros entre o Brasil e o exterior e com investidores na expectativa pela divulgação do parecer sobre o novo arcabouço fiscal no Congresso.

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,8891 na venda, com queda de 0,67%. Esse é o menor nível da moeda americana desde 7 de junho de 2022, quando ela encerrou a sessão em R$ 4,8741.

O recuo da moeda americana em relação ao real esteve em sintonia com o exterior, onde o dólar também cedia a divisas como o peso mexicano, o dólar australiano e o dólar canadense.

Além disso, profissionais do mercado justificaram a baixa das cotações citando o diferencial de juros entre o Brasil e os EUA, o que favorece os investimentos de estrangeiros. Exportadores também continuaram a aproveitar as cotações em níveis ainda elevados para internalizar recursos.


No fim da tarde, o dólar acelerou um pouco as perdas na comparação com o real, em razão da expectativa de que o relator do arcabouço na Câmara, o deputado federal Cláudio Cajado (PP-BA), apresente o texto aos líderes da Casa na noite desta segunda-feira e, caso haja consenso, divulgue seu parecer à imprensa.

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“Nossos juros aqui continuam altos, e o Banco Central já deixou claro que, do jeito que a inflação está, não vai mexer na taxa”, comentou Mário Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora.


“O Brasil continua com um diferencial de juros que atrai o investidor estrangeiro. Além disso, o exportador segue aproveitando para vender a moeda americana, porque existe a expectativa de que o dólar possa cair ainda mais”, acrescentou.

Internamente, a agenda do dia foi esvaziada, o que manteve os investidores na expectativa pela tramitação do novo arcabouço fiscal no Congresso.


No início da tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que os detalhes do arcabouço serão acertados em reuniões nesta segunda-feira.

"Esse vai ser um dia de muitas reuniões. Nós vamos ficar reunidos até o fim do dia para acertar os detalhes... Ao que tudo indica, devemos concluir as negociações até o fim da noite de hoje", disse Haddad a jornalistas em Brasília.

“O mercado está muito animado com os juros altos e com o arcabouço com algum tipo de enforcement [punições a ser aplicadas caso o governo não cumpra a meta fiscal]. O real está subindo por isso”, comentou o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior.

Segundo ele, no atual cenário, é factível que o dólar possa cair a níveis ainda mais baixos, para perto de R$ 4,80 ou R$ 4,70. Mas isso vai depender do andamento do arcabouço no Congresso e do cenário externo.

“Para o dólar, R$ 4,80 ou R$ 4,70 são níveis possíveis. Mas, enquanto o índex [relação da moeda americana com uma cesta de seis divisas] estiver acima dos 100, teremos dificuldades para o dólar cair mais aqui”, avaliou Faria Júnior.

Na B3, às 17h13 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,68%, a R$ 4,9075.

No exterior, o dólar seguia em baixa no fim desta tarde.

Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de julho.

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