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Classe média fica mais endividada e inadimplente em maio, diz CNC

O nível de consumidores que têm algum tipo de dívida, atrasada ou a vencer, permanece estável em 78% desde dezembro de 2022

Economia|Do R7

Classe média fica mais endividada que outros grupos em maio
Classe média fica mais endividada que outros grupos em maio Classe média fica mais endividada que outros grupos em maio

A classe média ficou mais endividada e mais inadimplente na passagem de abril para maio, disse a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), que, mensalmente, elabora a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor). No país, em média, a proporção de famílias com dívidas a vencer permaneceu inalterada pelo quarto mês consecutivo, em 78,3%.

O nível de endividados de agora é superior ao do mesmo mês de 2022, quando estava em 77,4%. Entre os brasileiros que declararam ter contas a vencer, 18% se consideram muito endividados, o maior porcentual desde agosto de 2022.

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"O endividamento dos consumidores permanece estável desde dezembro do ano passado, especialmente por conta do encarecimento e da seletividade das concessões de crédito pelas instituições financeiras. A taxa média de juros das concessões de crédito às pessoas físicas alcançou 59,7% ao ano em abril, o maior porcentual desde agosto de 2017, segundo dados do Banco Central", justificou a CNC, em nota.

A pesquisa também apontou estabilidade na parcela de consumidores com dívidas em atraso, que alcançou 29,1% do total de famílias em maio, resultado igual ao de abril. Em maio de 2022, essa fatia de inadimplentes era de 28,7%.

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Entre as famílias inadimplentes em maio de 2023, 11,8% afirmaram que não terão condições de pagar suas dívidas já atrasadas, a maior proporção desde outubro de 2020.

"Os juros elevados dificultam o pagamento da dívida atrasada, pois pioram as despesas financeiras", justificou a economista Izis Ferreira, responsável pela pesquisa da CNC, na nota oficial da entidade.

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A alta dos juros tem pressionado mais o orçamento de famílias da classe média, enquanto a expansão de políticas voltadas para os benefícios sociais aliviam os grupos de menor renda, explica a confederação.

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Nas duas pontas, entre os mais pobres e entre os mais ricos, na passagem de abril para maio, a proporção de endividados diminuiu, mas as faixas de rendimento médio aumentaram.

No grupo com renda familiar mensal de até três salários mínimos, a porcentagem de endividados caiu de 79,0% em abril para 78,7% em maio. Entre os que têm renda acima de dez salários mínimos mensais, o recuo foi de 75,3% para 75%.

Na classe média com renda de três a cinco salários mínimos, a proporção de endividados subiu de 78,7% para 79,6%, e, no grupo de cinco a dez salários mínimos, a porcentagem era de 77,8% e aumentou para 78,0%.

O mesmo fenômeno ocorreu com a inadimplência: no grupo com renda familiar mensal de até três salários mínimos, a proporção de inadimplentes ficou estável em 36,3%, e, entre os que ganham mais de dez salários mínimos mensais, essa fatia recuou de 13,9% para 13,7%.

Na classe média com renda de três a cinco salários mínimos, a proporção de inadimplentes subiu de 27,3% em abril para 27,7% em maio. No grupo de quem tem renda entre cinco e dez salários mínimos, houve aumento de 22,6% para 23,4%.

O maior alcance e o aumento dos valores dos benefícios do PBF (Programa Bolsa Família) e a retomada das contratações formais de pessoas com menor escolaridade estão ajudando os consumidores que recebem menos de três salários mínimos a pagar as dívidas, avaliou Izis Ferreira. "São eles, também, o principal foco de renegociações, e, com isso, o risco de inadimplência vem aumentando mais na classe média", acrescentou a economista.

A Peic mostrou, ainda, que cerca de 45,7% dos inadimplentes estão com contas atrasadas há mais de três meses, o maior porcentual em três anos. No entanto, a CNC prevê que essa fatia se reduza gradualmente no segundo semestre, encerrando o ano próxima a 44,5%, o que, mesmo assim, significaria a maior proporção anual desde 2019.

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