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Comunicado do Copom veio 'muito ruim' e descompasso da política monetária preocupa, diz Haddad

O ministro destacou o recente arrefecimento do dólar, o alívio na curva de juros e a resiliência da atividade econômica

Economia|Do R7


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (22) que o último comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central veio "muito ruim", um dia depois de a autoridade monetária ter anunciado a manutenção da taxa Selic e não ter sinalizado com clareza a possibilidade de cortes de juros em agosto.

"O comunicado, como de hábito, o quarto comunicado muito ruim", disse Haddad a repórteres em Paris, onde acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma viagem.

Na véspera, o Copom anunciou a manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano, como esperado, e manteve um tom duro ao avaliar o processo de desinflação no Brasil, afirmando que é preciso ter "paciência" no controle dos preços. Boa parte dos mercados financeiros esperava algum tipo de aceno a um afrouxamento monetário em agosto.

Haddad, que há meses vem criticando o nível da Selic, assim como outros membros do governo, disse que muitas vezes o BC "corrige" o tom de seu comunicado na ata da reunião, que é divulgada na terça-feira seguinte ao encontro, mas argumentou que isso não alivia o que chamou de "descompasso" entre a conjuntura macroeconômica do país e o nível da taxa de juros.

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O ministro destacou o recente arrefecimento do dólar frente ao real, o alívio na curva de juros e a resiliência da atividade econômica como pontos positivos.

"É claro o sinal de que podíamos sinalizar um corte da taxa Selic", defendeu o ministro, acrescentando que seu ministério está "muito preocupado" com o nível dos custos dos empréstimos, uma vez que isso tem impacto sobre a saúde fiscal do país.

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"[Essa decisão do Copom] está contratando um problema. Contratando inflação futura e o aumento da carga tributária futura", afirmou Haddad.

Conforme a reforma tributária passa a assumir os holofotes na reta final da tramitação do arcabouço fiscal no Congresso, Haddad ressaltou que o Brasil está no "melhor momento" para aprová-la, afirmando que o país "não tem chance" sem a reorganização tributária.

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Quando questionado por jornalistas sobre como sua visita a Paris poderia ajudar nas negociações do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, Haddad disse que um dos motivos de sua viagem é discutir uma "possibilidade mais clara" desse pacto com o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire.

De acordo com Haddad, as assessorias de ambas as partes estão combinando um encontro, possivelmente para sexta-feira (23), em que o assunto poderá ser discutido, mas a reunião ainda não foi confirmada.

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