Aprendizado em matemática no 5º ano atinge índice de 14 anos atrás
Estudo apresentado pela Seduc mostra regressão nos índices de aprendizado em português e matemática durante pandemia
Educação|Karla Dunder, do R7
Estudo apresentado pela Seduc (Secretaria Estadual de Educação de São Paulo) nesta terça-feira (27) mostra que houve regressão no aprendizado de português e matemática durante a pandemia. Avaliação foi a primeira realizada neste período de isolamento social e os resultados foram comparados com os dados de 2019.
A avaliação de língua portuguesa e matemática foi aplicada a estudantes do
5º e 9º anos do ensino fundamental e 3ª série do ensino médio da rede estadual de São Paulo. Os estudantes regrediram no aprendizado de matemática. Os alunos do 5º ano caíram ao índice de 2007, resultado de 2007. Em 2019, a índice do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) foi de 250, neste estudo de avaliação a nota alcançada foi de 196.
Essa queda também é percebida entre os estudantes do 9º ano do ensino fundamental (regressão ao número de 2013) e no terceiro ano do ensino médio cai ainda mais, para 2005 (262) resultado abaixo de toda a série histórica.
Em português também houve queda nos números e para chegar aos níveis de 2019, os estudantes precisam crescer três vezes mais no que normalmente ocorre em um ano de aprendizado.
"Sem escola aberta é impossível falar de crescimento, nada substitui a escola presencial", destaca o secretário da Educação, Rossieli Soares. "Precisamos de um crescimento de 11 vezes para voltar ao resultado de 2019 em matemática, é irrecuperável em poucos meses", avalia o secretário.
O Secretário destaca que a volta as aulas é um dos pilares fundamentais para a recuperação do aprendizado, "mas sem uma previsão de retorno 100% seguro, não temos como prever quando essa recuperação se dará."
A Seduc também informa que reelaborou o programa de Recuperação e Aprofundamento com base nos resultdos dessa pesquisa e também deve ampliar o ensino integral e o Além de Escola.
"O impacto para o futuro é brutal, voltamos uma década em algumas séries, nosso desafio é priorizar a educação ou teremos uma catástrofe", ressalta o secretário. "Se avaliarmos a questão emocional, o impacto é ainda maior."