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Enem 2023: após atraso, FGV diz que vai pagar corretores de redação até o fim de maio 

Professores terminaram trabalho em janeiro e ainda não receberam; fundação diz que primeiro lote será pago no dia 18

Educação|Vivian Masutti, do R7


Enem 2023: corretores cobram pagamento da FGV
Enem 2023: corretores cobram pagamento da FGV

Após atrasar em quase dois meses o pagamentos do professores responsáveis por corrigir as redações do Exame Nacional do Ensino Médio, a Fundação Getúlio Vargas informou que pretende depositar a grana até o fim de maio.

Segundo o Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a seleção e o pagamento da equipe de correções do Enem são de responsabilidade da fundação, que faz parte do consórcio aplicador da edição.

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Em nota, a FGV voltou a citar a transição de governos como um dos fatores que levaram ao atraso.

"A FGV esclarece que o processo de correção das redações e o prazo para interposição de recursos se encerraram e a etapa de consolidação de dados está em fase final de conferência, o que se faz necessário para formalização do processo de pagamento. Alia-se, ainda, que em relação ao Enem 2022, a troca de governos causou pequeno, mas incontornável, reflexo no cronograma de conclusão do processamento do exame. Dessa forma, esperamos finalizar todos os pagamentos durante o mês de maio corrente."

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Um dos professores ouvidos pela reportagem obteve nesta semana, por email, a informação de que a fundação vai pagar o primeiro lote já no dia 18.

O Enem é hoje a principal prova para os estudantes que querem entrar em uma universidade no país. Em 2022, 3,4 milhões de estudantes se inscreveram no exame.

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Saiba quem corrige o Enem

Os profissionais contratados pela FGV para a correção do Enem passam por um processo rigoroso de seleção. É obrigatório ter cursado letras, com habilitação em língua portuguesa ou linguística. Quem tem cônjuge, pais, filhos, dependentes legais ou qualquer outro parente de primeiro grau inscrito no exame não pode participar.

As inscrições são feitas anualmente, no site da fundação. Os classificados devem se submeter a um curso de capacitação online com duração de quase cem horas. Depois, é preciso participar de um novo curso, desta vez presencial.

“Mesmo quem já corrige regularmente, como é o meu caso, que estou na banca de correções há quatro anos, deve passar por isso anualmente. No fim, ainda temos que corrigir 50 redações teste sem nenhuma remuneração”, afirma uma profissional.

“Tudo isso para resumir um processo longo e exigente, em que nosso trabalho, durante meses, não é remunerado até chegar efetivamente às correções do Enem”, completa a professora.

Cerca de 5.000 corretores são convocados todos os anos. Eles avaliam cinco competências: domínio da norma-padrão da língua portuguesa, compreensão da proposta da redação, seleção e organização das informações, boa argumentação de texto e elaboração de solução para os problemas abordados.

A cartilha com os critérios de redação do Enem está no site do Inep desde 2020, quando foi liberada ao público para ajudar na preparação dos alunos em meio à pandemia de Covid-19.

Boicote

Muitos professores ouvidos pela reportagem já avaliam não participar do processo de correção das provas de 2023.

“Não participarei mais. Valor defasado e desrespeito aos prestadores de serviço que agora têm de se humilhar e se desgastar atrás de medidas para receber o que é seu por direito. Receber o que construiu com a força de seu trabalho. Revoltante”, diz um profissional do Rio Grande do Sul.

“Isso tudo coloca em risco o exame, porque a maioria de nós, corretores de anos, não queremos mais trabalhar nessas condições”, completa outro.

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