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Estudantes com dislexia enfrentam mais dificuldades na pandemia

'Educador precisa estar familiarizado com as diferenças e desenvolver ações pedagógicas', diz presidente do Instituto ABCD

Educação|Alex Gonçalves, do R7*

Fabiola é mãe de Tayo, 12 anos (com dislexia e TDA) e Layla, 14 anos (com dislexia e discalculia)
Fabiola é mãe de Tayo, 12 anos (com dislexia e TDA) e Layla, 14 anos (com dislexia e discalculia) Fabiola é mãe de Tayo, 12 anos (com dislexia e TDA) e Layla, 14 anos (com dislexia e discalculia)

Fabiola de la Lastra Helou é mãe de Layla, 14 anos, que tem dislexia e discalculia e Tayo, 12 anos, com dislexia acentuada e TDA (Transtorno de Atenção) e fala das dificuldades que enfrenta com os filhos com o fechamento das escolas por conta da pandemia de covid-19

“Eu percebo a ansiedade em meus filhos quanto às expectativas ao retorno das aulas presenciais”, conta. “Embora a pandemia deu a eles mais autonomia, principalmente no uso de novos processos de aprendizagem, eles souberam usar os recursos disponíveis diante da dificuldade”, explica.

Para Fabiola, o retorno às salas de aulas é de extrema importância. “Os pais não possuem formação pedagógica, quantas histórias ouvimos de famílias que tiveram a relação entre pais e filhos abaladas porque tentaram dar mais disciplina para os estudos”, diz. “Durante a pandemia as crianças dependeram dos pais para continuar o estudo, principalmente as nossas crianças com diferença de aprendizado”.

No início da pandemia Fabiola matriculou o filho em uma escola internacional com sede em São Paulo especializada para alunos com dislexia. “Meu filho aprendeu quatro anos de leitura e escrita em 8 meses”, conta. “É possível perceber a importância de um profissional ensinar uma criança que tem o cérebro organizado de uma forma diferente com uma abordagem específica”.

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“No Brasil se fala muito nas dificuldades, e na verdade estas crianças possuem muito mais habilidades. Dislexia é pouco discutida em nosso país”, conclui Fabiola De La Lastra Helou.

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Dislexia

O ensino personalizado é fundamental para o desenvolvimento do aluno, principalmente para aqueles com dislexia. O profissional de educação precisa estar familiarizado com as diferenças, como explica a presidente do Instituto ABCD, Juliana Amorina: “Se um professor não conhece o impacto que a dislexia tem no processo de aprendizagem, será muito difícil que ele proponha estratégias que atendam às necessidades dessas crianças”.

Segundo Juliana, os professores precisam adaptar técnicas para que o ensino-aprendizagem possa favorecer além da entrada auditiva, meios multissensoriais e explorando a forma visual. Os processos de repetições lúdicas podem ajudar em sala de aula, para que as crianças possam exercitar o raciocínio, serem mais objetivas e cheguem a um consenso por meio de ações pedagógicas construtivas realizadas pelo profissional educacional.

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A dislexia é um distúrbio de aprendizado que pode provocar erros de ortografia e dificuldade de leitura, de acordo com o Ministério da Saúde. Ocorre quando o cérebro tem dificuldade em fazer a conexão entre sons e símbolos, como letras. 

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“No início é importante realizar algumas adaptações para estes alunos disléxicos", explica. “Para isso, é preciso acompanhar em qual processo de aprendizagem a criança está para criar meios de adaptações".

Juliana enfatiza a importância do amparo de uma equipe de atendimento especializada para que possa auxiliar o profissional de educação a desenvolver estratégias e adaptações pedagógicas, principalmente quando a criança ainda não concluiu o processo de alfabetização.

A aprendizagem precisa ocorrer dentro do ambiente escolar. “A gente não pode tirar a criança da escola porque ela tem uma deficiência, a escola precisa se adaptar para receber estas crianças independente da necessidade específica que ela possa precisar”, conclui Juliana Amorina, Presidente do Instituto ABCD.

Serviço

O Instituto ABCD desenvolve conteúdos gratuitos para educadores, especialistas, famílias e pessoas com dislexia por meio da página na internet. Além de cursos grátis para professores o instituto alia a tecnologia à aprendizagem por meio do aplicativo gratuito EduEdu, que identifica a fase do processo de alfabetização que a criança está, e ocorrendo a dificuldade é desenvolvido atividades personalizadas online para que possa atender as necessidades da criança.

*Estagiário do R7 sob supervisão de Karla Dunder

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