Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Marina Silva defende mudanças no cálculo de aposentadorias

Presidenciável do PSB diz que fator previdenciário "pune" trabalhadores e defende "revisão"

Eleições 2014|Diego Junqueira, do R7

Marina Silva foi recebida hoje por lideranças sindicais em São Paulo
Marina Silva foi recebida hoje por lideranças sindicais em São Paulo Marina Silva foi recebida hoje por lideranças sindicais em São Paulo

A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, criticou nesta quarta-feira (24) o fator previdenciário, mecanismo que reduz aposentadorias considerando o tempo de contribuição. A presidenciável defendeu uma "revisão" desse mecanismo, porque ele "pune os aposentados e trabalhadores".

A extinção do fator previdenciário, implantado durante o segundo mandato do governo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para evitar aposentadorias precoces e desafogar as contas da Previdência Social, é uma antiga reivindicação dos movimentos sindicais. O fator altera o cálculo para o pagamento da aposentadoria, levando em conta critérios como o tempo de contribuição e a expectativa de vida, o que acaba reduzindo o valor do benefício e, consequentemente, gerando economia aos cofres públicos.

"O [ex-presidente] Fernando Henrique Cardoso criou [o fator previdenciário], o PT criticou, mas manteve, nós estamos dizendo, sem demagogia, que nós queremos revisitar para encontrar uma forma correta que não penalize o aposentado e o trabalhador, porque a corda sempre rompe do lado do mais fraco", disse a presidenciável, durante encontro hoje com lideranças sindicais, em São Paulo.

— O fator previdenciário precisa de uma nova maneira de caminhar que não seja a que pune o trabalhador.

Publicidade

Em seu discurso, Marina não detalhou sua proposta, mas afirmou que, se eleita presidente, a mudança será feita por meio do diálogo.

— Vamos corrigir os erros, não vamos ser complacentes com os erros, que estão acabando com a Petrobras, Eletrobras e até o IBGE.

Publicidade

Joilson Cardoso, vice-presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e um dos organizadores do encontro, disse que o fator "não é justo".

Cardoso, que também é secretário nacional sindical do PSB e coordenador nacional da articulação política e da mobilização da campanha de Marina Silva, defendeu a proposta de sua candidata de "revisar" e não propor "o fim" do fator previdenciário, como gritava boa parte da plateia de 200 trabalhadores e sindicalistas que ocupavam o salão da Casa de Portugal, no centro da capital paulista, onde ocorreu o evento. 

Publicidade

— A Marina está dizendo com responsabilidade que isso não pode ficar como está. (...) O fim [do fator previdenciário] significa dizer que, se tirar isso, teríamos todo um problema jurídico.

Beto Albuquerque, candidato a vice na chapa de Marina, defendeu o fim do fator previdenciário em 23 de agosto, no Recife, durante o primeiro ato de campanha após a morte de Eduardo Campos. Hoje, no entanto, ele mudou de posição e defendeu a "revisão".

Além da CTB, o encontro foi convocado pela UGT (União Geral dos Trabalhadores) e CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil).

O candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, Aécio Neves, defendeu na sexta passada o fim do fator previdenciário, mas ele se corrigiu ontem e prometeu buscar uma alternativa. "Iremos substituir o fator por outro modelo que penalize menos a renda dos aposentados brasileiros e, ao mesmo tempo, respeite a responsabilidade fiscal", disse em nota.

Leis trabalhistas

Marina, que deixou o local sem falar com a imprensa, não comentou também outra proposta sua que provocou a reação dos adversários há duas semanas: a atualização das leis trabalhistas.

Após fazer essa proposta, que também não detalhou, Marina foi acusada pela presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, de que faria alterações na CLT e em benefícios como férias e o 13º salário. Dilma chegou a dizer que não fará mudanças trabalhistas “nem que a vaca tussa”.

O candidato a vice na chapa de Marina, Beto Albuquerque, voltou a negar tais mudanças.

— No governo Marina não haverá nenhum retrocesso em direitos e conquistas sociais. Jamais enfrentaríamos a máquina [do governo federal] para trair a luta dos trabalhadores. (...) Não vamos ‘precarizar’ o direito dos trabalhadores.

No início de seu discurso, Marina também disse que sua coligação “tem o compromisso de não ceder 1 milímetro nas conquistas dos trabalhadores".

Cardoso, da executiva nacional do PSB, explicou que atualizar as leis trabalhistas significa "adaptá-las ao momento da economia atual”.

— Não significa redução ou retirada de direitos. A CLT é o patamar mínimo de direitos. É a partir disso que vai haver a negociação. Acima dele, nunca abaixo dele.

Leia mais sobre Eleições 2014

Veja as notícias do R7 na palma da mão. Assine o R7 Torpedo

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.