Astronautas entram no novo módulo da estação espacial chinesa na órbita da Terra

A Tiangon é uma gigantesca estrutura formada por três partes que deve começar a funcionar plenamente até o fim deste ano

25/07/2022 - 11h33 (Atualizado em 04/04/2024 - 02h57)

Três astronautas entraram no novo módulo da estação espacial da China pela primeira vez nesta segunda-feira (25), em uma etapa fundamental para colocar essa plataforma em órbita até o fim deste ano.

A estação é parte de um ambicioso programa espacial de Pequim, que enviou veículos robóticos — conhecidos como rovers — a Marte e à Lua, em operações que fizeram do gigante asiático o terceiro país a enviar seres humanos ao espaço.

Uma vez colocada em órbita, a Tiangon (Palácio Celestial) será tripulada por três astronautas em esquema de revezamento. Os astronautas realizarão experiências científicas e ajudarão a testar novas tecnologias.

A China lançou no domingo (24) o segundo dos três módulos da estação espacial, chamado Wentian, que se acoplou ao módulo central, Tianhe.

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Algumas horas depois, os três astronautas que estão na órbita da Terra desde junho abriram a escotilha e entraram na Wentian, mostraram as imagens da emissora estatal chinesa CVTV.

A tripulação, vestida com macacões azuis, flutuou em torno do módulo e em seguida acenou para a câmara.

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Wentian focará na investigação científica e de biotecnologia, de acordo com a agência de notícias chinesa, Xinhua.

O módulo contará com um compartimento para abrigar três astronautas adicionais e até seis pessoas durante as trocas de tripulação.

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O terceiro e último módulo, outro laboratório denominado Mengtian, tem lançamento previsto para outubro.

Tiangong permanecerá em órbita a cerca de 400-450 quilômetros (250-280 milhas) da terra durante pelo menos 10 anos.

Amplamente difundido ao redor do planeta, o vocábulo astronauta é utilizado pelas principais agências espaciais ocidentais, como a americana Nasa e Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês). A palavra tem origem nos termos gregos ástron e nautes, que significam navegante e estrela, respectivamente

Os cosmonautas, por sua vez, são os viajantes espaciais da Roscosmos — a agência espacial da Rússia. Assim como a palavra astronauta, o nome empregado pelos russos tem origem grega nos termos kosmos e nautes, que significam universo e navegante, respectivamente

Tanto astronauta como cosmonauta foram mais uma forma que Estados Unidos e União Soviética encontraram para se distanciar durante a Guerra Fria e a famosa corrida espacial protagonizada pelos dois países. Nos dias atuais, ambas as nações dividem espaço na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). O conflito na Ucrânia, entretanto, vem afastando novamente americanos e russos do espaço

Menos conhecidos que os astronautas e os cosmonautas, os taikonautas são os tripulantes da agência espacial da China. Com um programa de exploração do Universo mais recente, os chineses já contam com um módulo espacial próprio — a Estação Espacial Tiangong. Com o afastamento da Roscosmos dos parceiros ocidentais, uma nova era pode surgir com uma provável união dessas duas agências mais ao oriente da Terra

Desde o início do século, uma nova categoria de astronautas privados surgiu com a entrada de empresas na exploração espacial. Antes, em especial durante a Guerra Fria, apenas governos formavam os profissionais que chegavam à órbita da Terra e à Lua, muitos deles sendo considerados militares

Nos últimos anos, foi a vez de civis com pouquíssimo treinamento chegarem ao espaço com o início das viagens espaciais capitaneadas pela Blue Origin, SpaceX e Virgin Galactic

Para a Federação Aeronáutica Internacional (FAI, na sigla em francês), apenas as pessoas que fizeram voos que ultrapassaram os 100 km de altitude devem ser consideradas astronautas, enquanto os Estados Unidos empregam a marca de 80 km

O cosmonauta russo Gennady Padalka detém o recorde de ser humano com mais tempo no espaço, 879 dias. Ele alcançou essa marca após participar de cinco missões espaciais

Um dos sonhos mais comuns entre as crianças de todo o mundo é se tornarem astronautas para explorar o espaço. Na Rússia, entretanto, talvez elas busquem ser cosmonautas, do mesmo jeito que os jovens chineses queiram ser taikonautas. As três nomenclaturas designam as mesmas pessoas que vão além da atmosfera para realizar pesquisas e experimentos, mas os termos são carregados de cunho político e batalhas pelo maior sucesso espacial