Bush diz que invasão do Congresso é típica de 'república das bananas'

Ex-presidente dos EUA condenou a manifestação de apoiadores de Donald Trump que invadiram o Capitólio

06/01/2021 - 22h58 (Atualizado em 20/04/2024 - 05h53)

O ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush definiu as imagens da invasão do Congresso por parte de apoiadores do atual mandatário, Donald Trump, como "nojentas" e típicas de "uma república das bananas".

Sem citá-lo diretamente, Bush também acusou Trump, que assim como ele é membro do Partido Republicano, de "inflamar" seus simpatizantes com "falsidades e falsas esperanças".

Último republicano a ocupar a Casa Branca antes da chegada de Donald Trump ao poder, em 2017, Bush disse em comunicado que viu com "incredulidade e consternação" as "cenas de caos" causadas pelo ataque ao Congresso.

"É assim que os resultados eleitorais são contestados em uma república das bananas, não em nossa república democrática", declarou.

‌

"Estou chocado com o comportamento imprudente de alguns líderes políticos desde a eleição e com o desrespeito mostrado hoje a nossas instituições, tradições e autoridades policiais. O violento ataque ao Capitólio e a interrupção das sessões constitucionais do Congresso foram realizados por pessoas cujas paixões foram inflamadas por falsidades e falsas esperanças", acrescentou.

Antes da invasão do Capitólio, Trump havia se dirigido a seus apoiadores em Washington por ocasião da certificação da vitória do candidato democrata Joe Biden no pleito presidencial de novembro, e os incitou com acusações de que foi vítima de fraude eleitoral.

‌

Bush terminou a mensagem falando diretamente aos apoiadores de Trump, ressaltando que o país "é mais importante do que a política do momento" e pedindo que "os funcionários eleitos pelo povo possam fazer seu trabalho e representar nossas vozes em paz e segurança".

Milhares de apoiadores de Trump que estavam hoje em Washington para um comício cercaram o Capitólio, onde o Senado e a Câmara dos Representantes estavam reunidos para oficializar a vitória eleitoral de Biden. Os manifestantes entraram em confronto com a polícia, invadiram o edifício e quebraram janelas e portas.

‌

Pelo menos uma manifestante, que estava desarmada, morreu ao ser baleada, segundo as autoridades.

Embora a prefeitura de Washington tenha ordenado um toque de recolher na cidade, alguns manifestantes ainda permanecem em torno do Capitólio, que está sendo custodiado pela polícia e forças de segurança federais.

Manifestantes favoráveis ao presidente Donald Trump invadiram o prédio do Congresso dos Estados Unidos nesta quarta-feira (6)

Protestos são contra a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais realizadas em novembro do ano passado

Os manifestantes romperam as barricadas de segurança no momento em que os parlamentares norte-americanos debatiam a certificação da vitória eleitoral de Biden

O Senado e a Câmara, que estavam avaliando objeções à vitória do democrata, interromperam, de forma abrupta e inesperada, o debate

Um pequeno grupo de protestantes quebrou janelas do prédio do Congresso e entrou em confronto com a polícia

Os manifestantes se concentraram na região que separa a Casa Branca do Congresso dos EUA

A posse de Joe Biden está prevista para o dia 20 deste mês, e também são aguardados protestos dos apoiadores de Trump

Trump promete que continuará tentando reverter o resultado das eleições presidenciais, alegando que houve fraude

No último final de semana, o jornal The Washington Post, divulgou uma ligação de Trump para o Secretário de Estado da Geórgia, Brad Ruffensperger

No telefonema, o presidente dos EUA pressionou o secretário para tentar buscar votos que, segundo ele, alterariam o resultado das eleições

Além de Washington, também estão ocorrendo protestos em Los Angeles, em frente à prefeitura

Manifestante invade o Congresso dos EUA e senta à mesa da senadora Nancy Pelosi

"A violência e a destruição que estão ocorrendo no Capitólio dos EUA devem parar e isso deve parar agora", escreveu

A supporter of President Donald Trump carries a Confederate battle flag on the second floor of the U.S. Capitol near the entrance to the Senate after breaching security defenses, in Washington, U.S., January 6, 2021. REUTERS/Mike Theiler TPX IMAGES OF THE DAY

Supporters of U.S. President Donald Trump clash with police officers outside of the U.S. Capitol Building in Washington, U.S. January 6, 2021. REUTERS/Stephanie Keith

U.S. Capitol Police evacuate journalists and House press staff members from the Capitol to a connected office building, in Washington, U.S., January 6, 2021. REUTERS/Jonathan Ernst

Rep. David Trone wears a gas mask inside the U.S. Capitol in Washington, DC, U.S., January 6, 2021, in this still image obtained from social media. Twitter/@RepDavidTrone/via REUTERS ATTENTION EDITOR - THIS IMAGE HAS BEEN SUPPLIED BY A THIRD PARTY. MANDATORY CREDIT. NO RESALES. NO ARCHIVES

Supporters of U.S. President Donald Trump cover their faces to protect from tear gas during a clash with police officers in front of the U.S. Capitol Building in Washington, U.S., January 6, 2021. REUTERS/Leah Millis TPX IMAGES OF THE DAY

A protester holds a sign saying "We demand election integrity" at a rally in support of U.S. President Donald Trump at the Oregon State Capitol in Salem, Oregon, U.S. January 6, 2021. REUTERS/Terray Sylvester

Police confront supporters of President Donald Trump as they demonstrate on the second floor of the U.S. Capitol near the entrance to the Senate after breaching security defenses, in Washington, U.S., January 6, 2021. REUTERS

Supporters of U.S. President Donald Trump gather in front of the U.S. Capitol Building in Washington, U.S. January 6, 2021. REUTERS/Stephanie Keith

Supporters of President Donald Trump set off a fire extinguisher after breaching security defenses, as police move in on the demonstrate on the second floor of the U.S. Capitol near the entrance to the Senate, in Washington, U.S., January 6, 2021. REUTERS/Mike Theiler

O Exército dos EUA ativou o contingente da Guarda Nacional para tentar conter os protestos

Supporters of U.S. President Donald Trump react to tear gas during a clash with police officers in front of the U.S. Capitol Building in Washington, U.S., January 6, 2021. REUTERS/

Police officers stand guard as supporters of U.S. President Donald Trump gather in front of the U.S. Capitol Building in Washington, U.S., January 6, 2021. REUTERS/Leah Millis

O presidente eleito dos EUA, Joe Biden, foi à TV para lamentar os protestos pró-Trump

Invasão de manifestantes ao Congresso dos EUA

Apoiadores de Trump invadem Congresso dos EUA durante sessão

Manifestantes invadem o Congresso dos Estados Unidos

People wearing gas masks walk inside the U.S. Capitol in Washington, DC, U.S., January 6, 2021, in this still image obtained from social media. Twitter/@RepDavidTrone/via REUTERS THIS IMAGE HAS BEEN SUPPLIED BY A THIRD PARTY. MANDATORY CREDIT. NO RESALES. NO ARCHIVES

Kamala Harris, vice-presidente eleita dos EUA, também usou o Twitter para manifestar apoio ao companheiro de chapa

"Eu me junto ao presidente eleito Joe Biden para pedir o fim do ataque ao Capitólio e aos servidores públicos de nossa nação e, como ele disse, 'permitir que o trabalho da democracia avance'", escreveu

O impeachment de Trump foi aprovado pela Câmara dos Representantes no último dia 13 de janeiro, por incitação à insurreição. Ele é acusado de ter incentivado uma multidão de seus apoiadores a invadirem o prédio do Capitólio, sede do Congresso dos EUA, no dia 6, durante a sessão de contagem dos votos do Colégio Eleitoral que deu a vitória na eleição de 2020 ao democrata Joe Biden. A invasão terminou com 5 mortos na violência e duas pessoas se mataram depois

"Tivemos uma eleição que foi roubada de nós", disse Trump

"Nós ganhamos de lavada e todo mundo sabe disso, especialmente o outro lado"

"Sei como se sentem, mas vão para a casa agora", finalizou

A rede social bloqueou o compartilhamento e respostas ao tuíte, afirmando que ele contém informações inverídicas e incitação à violência

Manifestantes favoráveis ao presidente Donald Trump invadiram o prédio do Congresso dos Estados Unidos nesta quarta-feira (6)