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Gravação mostra que El Chapo tentou comprar cocaína das Farc

No registro, exibido na audiência desta quinta-feira (13), o traficante mexicano oferece o próprio sobrinho aos guerrilheiros como garantia de pagamento

Internacional|Fábio Fleury, do R7


Desenho representa Joaquín "El Chapo" Guzmán, durante seu julgamento
Desenho representa Joaquín "El Chapo" Guzmán, durante seu julgamento

Após mais de um mês do início do julgamento do traficante mexicano Joaquín "El Chapo" Guzmán, os membros do júri ouviram nesta quinta-feira (13) a primeira prova concreta, fora dos depoimentos, que ligou o chefão ao tráfico internacional de drogas.

Antes de mais um depoimento do traficante colombiano Jorge Cifuentes, os promotores mostraram aos jurados a gravação de um telefonema em que Chapo e seu sobrinho, Tomás, negociam a compra de 6 toneladas de cocaína com membros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

Até então, o julgamento havia girado em torno de depoimentos e acusações, sem tantas evidências documentadas. As gravações foram feitas em 2010, mas os promotores não esclareceram quem fez os registros.

Sobrinho como garantia

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Em um telefonema, Chapo tenta um acordo com os guerrilheiros para que as 6 toneladas de droga fossem transportadas da Colômbia para Guayaquil, no Equador. De lá, a coca seria levada para o México e, depois, distribuída para os EUA.

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Segundo Jorge Cifuentes, que voltou a depôr nesta quinta, ele mesmo usou suas propriedades como garantia para o pagamento de quatro das seis toneladas de cocaína. Chapo se dispôs a pagar em dinheiro pelas outras duas toneladas.

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O chefão pede aos guerrilheiros que permitam que um de seus técnicos possa ir à Colômbia para testar a qualidade da droga, antes de formalizar a compra. E sugere que o próprio sobrinho fique com eles enquanto a cocaína fosse transportada, como uma espécie de "garantia".

Segundo Jorge Cifuentes, a entrega das quatro toneladas que seriam trocadas por suas propriedades jamais foi concretizada. Ele não soube informar se as duas toneladas compradas por Chapo chegaram a ser entregues.

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Em outra conversa exibida no tribunal, o chefão reclama de um técnico que prestava serviços de informática para o cartel de Sinaloa. Ele diz que o rapaz esqueceu de pagar a renovação de licença dos programas que criptografavam suas telecomunicações. Foi por esse motivo que as gravações foram feitas com sucesso.

Vida de crimes

Na segunda parte da audiência, Cifuentes foi questionado pela defesa de Chapo e contou que sua vida no crime começou muito cedo. Ele disse que aos 4 anos já ajudava o pai a guardar contrabando em casa.

Os pais e a maior parte dos 9 irmãos do traficante passaram suas vidas vivendo drogas, quase todos no cartel do Norte do Vale, do megatraficante Juan Carlos Abadía, que depôs no julgamento no início do mês.

Cifuentes contou que os conflitos internos da família foram muitas vezes resolvidos por violência. Um de seus irmãos, Alex, chegou a encomendar o assassinato de um sobrinho, Jayme.

O motivo: Jayme tinha tentado sequestrar a própria avó, para extorquir dinheiro da família. Outro dos irmãos, Pacho, foi piloto do cartel de Pablo Escobar.

"Problemas típicos de família?", perguntou o advogado de Chapo, Jeffrey Lichtman. Jorge Cifuentes respondeu apenas que "sim".

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