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El Chapo planejou usar petroleiros para transportar cocaína

Segundo testemunha, o esquema não chegou a ser utilizado, mas reuniões de planejamento tiveram presença de executivo de estatal mexicana

Internacional|Fábio Fleury, do R7


Cifuentes foi extraditado para os EUA em 2013 e passou a colaborar com a justiça
Cifuentes foi extraditado para os EUA em 2013 e passou a colaborar com a justiça

O traficante colombiano Jorge Cifuentes voltou a depôr nesta quarta-feira (12) no julgamento do chefão mexicano Joaquín "El Chapo" Guzmán e contou sobre um esquema ousado de transporte de drogas que nunca chegou a ser implementado.

Segundo ele, Chapo pretendia usar navios petroleiros da companhia estatal de petróleo do México, a Pemex (Petróleos de México), para trazer cocaína do Equador para seu país. Outros métodos, como barcos de pesca e pequenos navios, já estavam sob a mira das autoridades.

Cifuentes contou que, em 2007, a cúpula do cartel de Sinaloa chegou a se reunir com executivos da empresa, para acertar como seria o esquema. Os petroleiros, no entanto, nunca chegaram a ser utilizados.

Esquemas mirabolantes

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No depoimento, o colombiano também falou de outros esquemas mirabolantes criados não só por Chapo e seus comandados para conseguir fazer o transporte de drogas, quanto pelo cartel para o qual trabalhava no início, o Norte do Vale, liderado pelo megatraficante colombiano Juan Carlos Abadía.

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A ousadia da organização era tamanha que eles subornaram homens do exército do Equador, que transportavam cocaína da fronteira com a Colômbia até cidades como Guayaquil e Quito em caminhões das forças armadas.

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"Caminhões do exército nunca são revistados, por isso não corríamos o risco de perder a cocaína", disse Cifuentes no tribunal. Ele disse que também pagava propina a pessoas da marinha equatoriana, para ser informado sobre a movimentação de navios dos EUA perto da costa.

Histórias pessoais

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Cifuentes também contou pequenos episódios sobre seu convívio com Guzmán. Ele disse que uma vez, enquanto estavam conversando na propriedade de Chapo nas montanhas de Sinaloa, houve uma explosão e todos se jogaram no chão.

Por fim, descobriram que o barulho vinha da explosão de um dos laboratórios de metanfetamina do cartel, que ficava escondido na floresta.

Ele também disse que costumava fumar cigarros feitos com a maconha que o cartel vendia. Uma vez, ele ofereceu uma tragada a Chapo, que aceitou. O chefão, no entanto, disse que a droga "não fazia efeito" para ele.

A parceria entre eles terminou depois que um carregamento de 8 toneladas de cocaína foi apreendido pelo exército do Equador. Cifuentes se afastou porque temia ser morto por Chapo.

Assassino fracassado

O colombiano também dividiu com os jurados a história bizarra de um plano mal-sucedido de assassinato. Segundo ele, isso aconteceu da primeira vez que ele foi preso, aos 18 anos, na década de 1980.

O cartel queria que ele matasse outro homem que estava na cadeia. Entre uma faca, uma arma, uma granada e veneno, ele escolheu a última opção. Ele envenenou uma arepa, espécie de pão de milho muito comum na Colômbia, que seu alvo pegou durante o almoço.

A tentativa deu errado. O homem que Cifuentes pretendia matar pegou duas arepas para comer e só consumiu a que não estava envenenada. O traficante decidiu usar a granada na próxima tentativa.

Alguns dias depois, ele jogou a granada para dentro da cela onde estava o homem, mas o artefato rolou para debaixo da cama, que era feita de concreto. A explosão não matou o homem, que foi apenas ferido com um pedaço de cimento que o atingiu na perna.

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