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Libaneses convocam levante contra governo após explosão

Novos protestos são esperados neste domingo (9), após um dia de confrontos nas ruas e tomada de ministérios que acabou com 728 feridos

Internacional|Do R7, com Reuters

Manifestantes dormiram na Praça do Mártires, local dos atos em Beirute
Manifestantes dormiram na Praça do Mártires, local dos atos em Beirute Manifestantes dormiram na Praça do Mártires, local dos atos em Beirute (THAIER AL-SUDANI/REUTERS)

Os libaneses se preparam para mais um dia de protestos contra o governo neste domingo (9), numa escalada que vem desde a crise política de 2019 e se soma à indignação popular resultante da megaexplosão que destruiu Beirute na terça-feira (4). Convocações para os atos nas ruas circulam pelas redes sociais, um dia após intensos confrontos nas ruas da capital libanesa, que deixaram 728 feridos no sábado.

"Prepare a forca, porque nossa raiva não termina em um dia", diz uma das mensagens que circula pelos aplicativos de mensagens, conforme registrado pelo site de notícias da emissora de TV Al Jazeera.

ENTENDA: Explosão em Beirute acrescenta mais drama a um Líbano em crise

Imagens publicadas pelas agências de notícias mostram que dezenas de pessoas viraram a noite da Praça dos Mártires, principal local de concentração dos manifestantes em Beirute. Soldados em veículos equipados com metralhadoras estavam estacionados ao lado da praça no amanhecer de domingo.

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Renúncias e mais pedidos de renúncia

A revolta contra o governo foi corroborada por lideranças políticas e religiosas. Um alto clérigo cristão maronita do país disse que todo o gabinete do presidente Michel Aoun deveria renunciar. Bechara Boutros al-Rai disse, no domingo, que o gabinete deveria renunciar se não puder “mudar a forma como governa”.

“A renúncia de um parlamentar ou de um ministro não é suficiente (...) todo o governo deve renunciar se não for capaz de ajudar o país a se recuperar”, disse ele em seu sermão de domingo.

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A ministra da Informação, Manal Abdel Samad, renunciou ao cargo no domingo, citando a explosão e o fracasso do governo em realizar reformas. Ao menos seis parlamentares, independentes ou da oposição, também renunciaram aos seus postos, justificando ser impossível seguir dentro de um sistema corrupto e ineficaz.

10 mil nas ruas no sábado

No sábado, cerca de 10 mil pessoas se reuniram na Praça dos Mártires, que foi transformada em uma zona de batalha entre a polícia e os manifestantes, que tentaram quebrar uma barreira ao longo de uma estrada que levava ao parlamento. Alguns manifestantes invadiram ministérios do governo e a Associação de Bancos Libaneses.

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A Cruz Vermelha disse que tratou 117 pessoas feridas no local no sábado, enquanto outras 55 foram levadas ao hospital. A Al Jazeera registra um total de 728 feridos.

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“As pessoas deveriam dormir nas ruas e se manifestar contra o governo até que ele caia”, disse a advogada Maya Habli à agência Reuters, enquanto examinava o porto demolido onde ocorreu a explosão.

A explosão matou 158 pessoas e feriu mais de 6.000, destruindo partes da cidade e combinando meses de colapso político e econômico. Ainda são dados como desaparecidos 21 pessoas.

O primeiro-ministro e a presidência disseram que 2.750 toneladas de nitrato de amônio altamente explosivo, usado na fabricação de fertilizantes e bombas, foram armazenadas por seis anos sem medidas de segurança no armazém do porto.

O governo disse que responsabilizará os responsáveis.

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