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Manifestantes tomam ministérios em Beirute e falam em 'revolução'

Protestos reúnem milhares na capital do Líbano, movidos pela fúria contra o governo despertada após a megaexplosão que matou 158 e feriu milhares

Internacional|Do R7

Grupos de manifestantes em Beirute, capital do Líbano, tomaram os prédios que abrigam quatro ministérios neste sábado (8), além da sede da Associação de Bancos do Líbano. A tomada dos prédios ocorreu enquanto as ruas centrais da capital libanesas eram tomadas pelo confronto entre forças de segurança e milhares de manifestantes, que seguem se reunindo nas ruas em uma demonstração da fúria popular insuflada pela megaexplosão que atingiu a cidade nesta semana.

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Manifestantes tomam prédio do Ministério das Relações Exteriores, em Beirute
Manifestantes tomam prédio do Ministério das Relações Exteriores, em Beirute Manifestantes tomam prédio do Ministério das Relações Exteriores, em Beirute

Após ocuparem o Ministério das Relações Exteriores, o grupo declarou-o o "quartel-general da revolução", segundo registraram emissoras de TV em Beirute. Minutos mais tarde, o prédio do Ministério da Economia — que abriga ainda o do Meio Ambiente — também foi ocupado.

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Na esteira destas ocupações, o Ministério da Energia também foi tomado por manifestantes, que cantam e gritam contra a corrupção no governo. Por último a sede da Associação dos Bancos também se encontra tomada.

A mídia libanesa fala em mais de 250 feridos durante o confronto, citando fontes da Cruz Vermelha. Um terço deles tiveram de ser hospitalizados.

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Autoridades afirmam que um policial morreu no confronto. A polícia confirmou à agência de notícia Reuters que foram registrados disparos de arma de fogo nas ruas, mas não ficou claro quem seria responsável por isso.

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Segundo o site de notícias da rede de TV Al Jazeera, o grupo que invadiu o Ministério das Relações Exteriores é liderados por militares da reserva. "Nós vamos ficar aqui. Convocamos todo o povo libanês a ocupar todos os ministérios", disse um manifestante usando um megafone, do balcão do prédio ocupado.

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No prédio do Ministério da Economia, vídeos publicados nas redes sociais mostram os manifestantes atirando papeis e fotografias do presidente Michel Aoun pela janela.

Mais cedo, autoridades libanesas confirmaram que o número de mortes provocadas pela megaexplosão subiu para 158, enquanto o número de feridos passa de 6 mil. Outras 21 pessoas são consideradas desaparecidas.

Assista a vídeos sobre a explosão no Líbano:

O Líbano vive uma grave crise política e econômica desde 2019. A pior crise econômica desde a guerra civil (1975-1990) desencadeou no final do ano passado uma onda de 15 dias de protestos em todo o país que culminaram na renúncia do primeiro-ministro Saad al-Hariri no fim de outubro. A chamada “revolução do WhatsApp” seguiu em ebulição no início deste ano, com críticas a toda a classe política.

O quadro vinha se deteriorando ainda mais com os efeitos da pandemia do novo coronavírus.

A megaexplosão no porto de Beirute na terça-feira (4) agrava a situação ainda mais. A população demonstra extrema insatisfação contra a inação do governo que levou ao armazenamento de mais de 2.700 toneladas de nitrato de amônio — uma substância altamente explosiva e apontada como razão do impacto do desastre — no porto de Beirute.

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Além disso, a detonação destruiu praticamente por completo o porto da capital, que é porta de entrada de alimentos no país, e os silos de armazenamento de grãos que ficavam ali. 

Veja fotos da explosão em Beirute:

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