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Mais de um terço dos chilenos apoiam ditadura, segundo pesquisa

Augusto Pinochet, ex-ditador chileno, está recuperando sua imagem e seus feitos não são condenados unanimemente 

Internacional|Do R7

Augusto Pinochet foi comandante da ditadura chilena
Augusto Pinochet foi comandante da ditadura chilena

Passados 50 anos desde o golpe militar de Augusto Pinochet, o Chile está experimentando um "renascimento do pinochetismo", com mais de um terço dos chilenos que apoiam a ditadura e seu legado, segundo concluiu a pesquisa "Chile à sombra de Pinochet", da Market Opinion Research International (MORI), divulgada nesta terça-feira (30).

"Pinochet recupera sua imagem e a ditadura não é condenada unanimemente (...) Não há outro ditador no Ocidente que tenha sobrevivido à passagem do tempo como Augusto Pinochet", destaca a pesquisa, que coletou dados no marco do Barômetro da Política CERC que vem monitorando a transição chilena desde 1987.

A pesquisa identifica um bolsão de cidadãos, cerca de um terço dos chilenos, que apoiam a ditadura de Pinochet (1973-1990) em diferentes questões: 36% acham que os militares "estavam certos" ao dar um golpe, outros 36% dizem que Pinochet "libertou o Chile do marxismo" e 39% acreditam que o ditador "modernizou a economia chilena".

O estudo demonstra que, embora tenham se passado 33 anos de regime democrático e pelo menos duas gerações não tenham conhecido a "era Pinochet", a opinião pública "resiste" à passagem do tempo e às crises política, econômica e social "com uma posição bastante branda" sobre a ditadura.


Para os autores da pesquisa, "é preocupante" que os mais jovens, com menos de 35 anos e que não viveram "era Pinochet", tenham pouco conhecimento sobre o golpe de Estado (44%) e sobre a ditadura (apenas 53% dizem saber do que se trata).

“Isso significa que a consciência do que aconteceu pode se extinguir no longo prazo, se as gerações mais jovens souberem menos a cada dia”, advertiram.


LACUNA EDUCACIONAL

A lacuna de conhecimento sobre o golpe militar de 1973 também pode ser observada entre os chilenos com formação superior (80% dizem saber do que se trata) e os com educação básica, onde a taxa mal passa de 44%.

Em meio à maior crise social, política e econômica desde o fim da ditadura, os dados de 2023 mostram uma mudança nas tendências de maior apoio ao pinochetismo, em comparação com as duas últimas décadas, embora os pesquisadores ressaltem que essa opinião sobre o passado é condicionada pelos "acontecimentos políticos de cada momento".


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"O julgamento categórico de que foi ruim só é sustentado por um quarto da população do país. O consenso sobre a ditadura vai muito além de uma elite que não concorda, é baseado na opinião da população que está mudando ao longo do tempo", explica a pesquisa.

"A volatilidade da opinião sobre a era Pinochet vai se estabilizar em algum momento da história, claramente ainda não 50 anos após o golpe militar. Esse evento histórico ainda não tem um consenso histórico", acrescentaram os autores da pesquisa.

Essa pesquisa monitora periodicamente o apoio à ditadura e ao pinochetismo no Chile desde 1987, com amostras de entre 1.000 e 1.200 entrevistas presenciais.

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