Putin não vai parabenizar vencedor nos EUA até confirmação oficial
O presidente da Rússia disse que vai esperar até que o impasse político e judicial entre Joe Biden e Donald Trump tenha terminado
Internacional|da EFE
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse neste domingo (22) que não parabenizará o vencedor das eleições presidenciais americanas até que o impasse político e judicial entre o democrata Joe Biden e o atual chefe de governo, Donald Trump, tenha terminado.
"Quero lhes assegurar que não há motivação aqui, não é que gostamos de uma e não gostamos da outra. Estamos simplesmente esperando que o confronto político termine", declarou o presidente russo durante o programa de televisão da emissora pública "Moscou. Kremlin. Putin".
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Um dos poucos líderes que ainda não parabenizaram Biden, assim como o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, Putin frisou que se trata de uma postura puramente formal.
"Respeitamos a todos, o atual presidente Trump e o candidato ao cargo, Sr. Biden. É por isso que não há problema para nós", declarou o chefe de governo da Rússia, que garantiu que trabalhará com "qualquer um que receba a confiança do povo americano". Contudo, ressaltou que a vitória precisa ser reconhecida pelo adversário ou ser legalmente confirmada após a certificação final dos resultados das eleições.
Putin negou que seu silêncio possa prejudicar as relações bilaterais após Trump ter bloqueado o processo de transição sob o pretexto de uma suposta fraude eleitoral, acusação para a qual jamais apresentou provas.
"Não se pode mais estragar as relações, elas já estão estragadas. Com respeito aos outros, aqueles que parabenizam, todos são pessoas com experiência e que sabem o que estão fazendo", disse o presidente russo, que afirmou que quatro anos atrás muitos felicitaram a democrata Hillary Clinton, mas depois ela foi derrotada por Trump.
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Quanto à legitimidade do próximo presidente dos EUA, Putin ressaltou que cabe exclusivamente ao povo americano fazer um julgamento sobre o assunto. Porém, não poupou o sistema eleitoral americano de críticas, principalmente pelo fato de que um candidato possa ser eleito mesmo sem o voto da maioria dos eleitores - desde que obtenha mais delegados no colégio eleitoral.
"Isso é democrático? Na minha opinião, é algo evidente. Está claro para o mundo todo, inclusive para os próprios americanos, que há problemas em seu sistema eleitoral", comentou Putin, que acha que deveria haver uma reforma no sistema, mas ponderou: "Isso não é da nossa conta".
Especialistas russos acreditam que, embora as relações entre Moscou e Washington estejam no seu pior momento desde a Guerra Fria, a chegada de Biden ao poder poderia aumentar ainda mais a tensão entre o Kremlin e a Casa Branca.
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