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Sandra Day O'Connor, a primeira mulher a chegar à Suprema Corte dos EUA, morre aos 93 anos

A juíza, aposentada desde 2006, sofria de demência avançada e tinha doença respiratória

Internacional|Do R7

Sandra Day O'Connor, a primeira mulher nomeada para a Suprema Corte dos Estados Unidos
Sandra Day O'Connor, a primeira mulher nomeada para a Suprema Corte dos Estados Unidos

Sandra Day O'Connor, a primeira mulher nomeada para a Suprema Corte dos Estados Unidos, morreu nesta sexta-feira (1º), aos 93 anos, segundo um anúncio oficial.

O'Connor, uma juíza aposentada que renunciou em 2006, morreu em sua casa na cidade de Phoenix, no estado do Arizona (sudoeste), informou o máximo tribunal em um comunicado, acrescentando que ela sofria de "demência avançada, provavelmente Alzheimer, e uma doença respiratória".

Sua morte ocorre após uma árdua batalha de anos contra a demência, que a levou a se retirar da vida pública, em 2018.

"Sandra Day O'Connor, filha do sudoeste dos Estados Unidos, abriu um caminho histórico como a primeira juíza da Suprema Corte do nosso país", escreveu o presidente do Supremo, John Roberts, que elogiou "sua determinação inabalável, sua competência inegável e sua franqueza encantadora".


O ex-presidente democrata Barack Obama (2009-2017), que lhe entregou a honraria civil mais importante dos Estados Unidos, a Medalha da Liberdade, em 2009, também reagiu a seu falecimento com pesar.

Barack Obama entregou a Sandra Day O'Connor a honraria civil mais importante dos EUA, a Medalha da Liberdade
Barack Obama entregou a Sandra Day O'Connor a honraria civil mais importante dos EUA, a Medalha da Liberdade

"Sandra Day O'Connor era como a peregrina do poema que às vezes citava: abriu um novo caminho e construiu uma ponte atrás dela para que todas as mulheres jovens pudessem segui-la", afirmou Barack Obama em reação nas redes sociais.


Ela foi nomeada membro da Suprema Corte em 1981 pelo então presidente republicano Ronald Reagan (1981-1989) para preencher uma das poucas vagas femininas em sua administração.

Outrora considerada a mulher mais poderosa dos Estados Unidos, O'Connor criava confusão com frequência entre críticos e apoiadores durante os seus quase 25 anos no Tribunal Superior, recusando-se a ser rotulada politicamente.


Ela também se recusava a ser vista simplesmente como a única mulher no tribunal e acabou sendo uma juíza importante desde o início dos anos 1980 até sua aposentadoria.

"O poder que exerço no tribunal depende do poder dos meus argumentos, não do meu gênero", destacou ela em uma palestra na Universidade de Washington, em 1990.

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Do rancho à Suprema Corte

Quando Reagan a escolheu para atuar na Suprema Corte, os setores mais conservadores criticaram sua falta de experiência judicial em nível federal e viam com dúvidas sua posição sobre o aborto, enquanto os liberais, embora comemorassem ver uma mulher no tribunal máximo, manifestaram preocupação por seu compromisso com o feminismo.

Sandra Day nasceu em 26 de março de 1930, em El Paso, Texas (sul), e cresceu na fazenda de gado de seus pais no sudeste do Arizona.

Com uma infância isolada, desenvolveu-se aprendendo com homens, acompanhando o pai e outros vaqueiros nas tarefas rurais. Aprendeu a dirigir aos 7 anos e a atirar com fuzil e andar a cavalo aos 8.

Isso seria fundamental no seu processo de crescimento e para que anos depois ela acabasse tendo um papel muito importante como niveladora em um tribunal com visões polarizadas sobre diversos assuntos.

O'Connor acabou sendo um voto "indeciso" na Corte, rompendo com seus colegas conservadores e proporcionando muitas vezes o quinto voto, que permitia a formação de uma maioria mais liberal em diversas ocasiões em questões-chave.

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