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O que é a taxa Selic e como decidem se ela sobe ou desce?

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, influencia as outras taxas e tem relação com o controle da inflação

MonitoR7|Do R7

Taxa Selic: o que é e para que serve?
Taxa Selic: o que é e para que serve?

A taxa Selic subiu para 9,25% ao ano na última quarta-feira, conforme anunciado pelo Banco Central, depois da última reunião do Copom(Comitê de Política Monetária). Esse é o maior nível da taxa dos últimos quatro anos. E o Copom ainda anunciou que em sua próxima reunião, em fevereiro do ano que vem, pode aumentar novamente a taxa em mais um e meio ponto percentual. O que elevaria a Selic para 10,75%.

Mas você pode se surpreender ao comparar a nova Selic(9,25%) com as taxas, bem mais altas, que você paga no seu cheque especial, no seu cartão de crédito ou mesmo nas compras parceladas. E pode se perguntar: se eu pago muito mais do que isso, qual a importância da Selic subir ou descer um pouco?

Para entender isso é preciso saber primeiro o que é a Selic. O nome vem de Sistema Especial de Liquidação e de Custódia e corresponde à taxa básica de juros da economia. Ela influencia todas as taxas de juros do país, como as taxas dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras.

Porque é a taxa básica? Porque é a taxa que os bancos pagam para conseguir dinheiro no mercado. Portanto, se o banco paga isso, para emprestar dinheiro para você e ter lucro, vai cobrar esse percentual, com acréscimo. Esse acréscimo, a diferença entre o que o banco paga pelo dinheiro e o quanto ele cobra pelo dinheiro é o chamado spread bancário.


E porque essa diferença é tão grande? Essa é uma boa pergunta. Os bancos alegam que tem custos altos, que incluem impostos, compulsório(parte do valor dos empréstimos que fica retido no Banco Central), custos administrativos, inadimplência(parcela para cobrir eventuais "calotes") e, claro, a margem de lucro. 

O mesmo raciocínio que vale para os bancos, vale para administradoras de cartões de crédito, financeiras e lojas. Todos adotam a Selic como base para definir as suas próprias taxas de juros. Essas, que, no final, as pessoas e empresas acabam pagando.


Como as taxas de juros equivalem ao "preço" cobrado pelo dinheiro, quanto mais alta a Selic(e as demais taxas de juros), mais caro fica conseguir dinheiro, seja para bancos, empresas ou pessoas. Ou mesmo para o governo, que também paga juros pelos títulos públicos que vende ao mercado.

E se a Selic é tão importante, que critérios o Copom, do Banco Central, adota para aumentar ou diminuir essa taxa? A Selic é usada como instrumento de política monetária. Traduzindo, quer dizer justamente que a Selic é um instrumento para deixar o dinheiro mais caro ou mais barato. E a decisão para subir ou aumentar e a intensidade da alta ou da queda, tem um objetivo: o controle da inflação?


Para entender isso, é preciso recorrer a um raciocínio básico da economia. A famosa lei da oferta e da procura. Se a Selic aumenta, o dinheiro fica mais "caro". Logo, fica mais difícil o acesso a dinheiro para as pessoas e empresas. Cai o poder para se comprar produtos ou pagar por serviços. Com menos procura, os preços dos produtos e serviços tende a cair.

Se a Selic cai, o dinheiro fica mais "barato". O acesso ao dinheiro fica mais fácil. Com um maior poder das pessoas e empresas para comprar produtos e pagar por serviços. O aumento da procura tende a fazer os preços de produtos e serviços subir.

É esse o princípio básico do uso da Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, como instrumento de controle da inflação. Pelo menos do ponto de vista teórico. Há ainda outros fatores que inflenciam os preços de produtos e serviços. Como a taxa de câmbio(que afeta preços de produtos importados e exportados) e até fenômenos climáticos(secas ou chuvas que afetem a oferta de produtos agrícolas, por exemplo).

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