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Verdadeiro: estudos antigos viram escrituras fenícias na Pedra da Gávea, no Rio

Interesse arqueológico no monumento carioca existe desde antes do Brasil Império, mas nenhuma teoria é plenamente aceita

MonitoR7|Eduardo Reis, do R7*


Vários estudos analisaram riscos na Pedra da Gávea
Vários estudos analisaram riscos na Pedra da Gávea

Muitas pessoas acreditam que a história do Brasil começou em 1500, quando a frota de Pedro Álvares Cabral atracou em Porto Seguro (BA). No entanto, humanos habitam o território nacional há pelo menos 12 mil anos, período conhecido como a pré-história brasileira.

De acordo com os historiadores, esses habitantes eram populações de caçadores-coletores, comunidades rurais ou moradores do litoral.

Contudo, conforme apontam alguns estudos, sociedades mais complexas chegaram a habitar o Brasil milhares de anos atrás. A Pedra da Gávea, monumento da cidade do Rio de Janeiro, faria parte desse mistério. Um vídeo compartilhado no TikTok cita uma teoria antiga de que povos fenícios estiveram no Brasil. Essa hipótese realmente existiu, mas é só a ponta do iceberg.

A curiosidade que a montanha carioca desperta se deve a dois fatores principais: o fato de seu formato parecer com um rosto humano e por marcas em suas laterais que lembram escrituras.

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Cientistas se aventuraram em estudos sobre a rocha. Eles tentaram descobrir se as marcas eram uma mensagem de um povo antigo e se o rosto havia sido esculpido por mãos humanas, assim como as esfinges do antigo Egito.

As primeiras teorias sobre o assunto datam da chegada de dom João 6º ao Brasil, no início do século 19, quando missionários cristãos notaram as marcas. Dom Pedro 1º, já imperador, se interessou pela possibilidade de estabelecer um povo originário do país.

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Em 1836, pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, os historiadores Januário da Cunha Barbosa e Araújo Porto Alegre realizaram o primeiro estudo oficial da montanha. Nele, foram analisadas mais de perto as tais escrituras e produzido um relatório. Apesar de não terem chegado a nenhuma conclusão, foi um pontapé inicial para futuras pesquisas.

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Quase cem anos depois, o arqueólogo Bernardo da Silva Ramos afirmou ter conseguido ler as marcas na Pedra da Gávea. Ele publicou dois volumes do livro Tradições da América Pré-Histórica, Especialmente do Brasil para explicar sua descoberta. 

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Segundo Ramos, tratava-se de textos fenícios, povo antigo que viveu na região do mar Mediterrâneo, entre Europa, África e Ásia.

No alfabeto fenício, as marcas na Pedra da Gávea significariam "Tiro, Fenícia, Badezir, primogênito de Jethbaal" — que seria uma referência a Badezir, governador da cidade de Tiro, hoje no Líbano, por volta de 850 a.C. 

Tradução feita por Bernardo da Silva Ramos
Tradução feita por Bernardo da Silva Ramos

Os estudos de Bernardo, porém, foram arduamente contestados por outros membros da comunidade científica. Ele foi acusado de utilizar métodos errados e até de pareidolia (fenômeno psicológico de transformar um estímulo vago em significativo) por ver um rosto na Pedra da Gávea. 

Ainda sobre os fenícios, houve especulações também sobre uma tumba dentro da pedra, assim como as múmias egípcias das pirâmides. Em agosto de 2000, um grupo de geólogos foi até o cume do monumento para estudar se havia algum espaço oco na rocha. A conclusão foi que se tratava de uma estrutura sólida, sem túneis internos nem túmulos.

Escrituras nórdicas

Outros teóricos tentaram explicar a marca na montanha carioca. O arqueólogo argentino Jacques de Mahieu argumentou que as escrituras eram, na verdade, nórdicas. Segundo ele, os vikings reverenciavam a rocha como uma representação de Odin na terra.

De acordo com Mahieu, na realidade estava escrito "próximo a este rochedo, numerosas pranchas de carvalho para navio estão depositadas nas praias de areia grossa".

Há também quem conecte o ponto turístico do Rio de Janeiro a lugares fictícios, como a cidade perdida de Shambala, ou a extraterrestres.

Existe ainda uma explicação divina. O mórmon Irineu Petri elaborou um estudo ligando a Pedra da Gávea ao Livro de Mórmon, obra sagrada em sua religião.

Desenhos e letras foram feitos pela natureza

Apesar das teorias mais mirabolantes possíveis, a mais aceita entre os cientistas é que a similaridade com um rosto e as supostas escrituras são pura coincidência provocadas pela ação do tempo e pela erosão.

Em 1950, o Ministério da Educação e Saúde do Brasil negou qualquer escritura no monumento. Entre os arqueólogos há um consenso também de que nenhum povo fenício esteve em território nacional.

Ficou em dúvida sobre uma mensagem de aplicativo ou postagem em rede social? Encaminhe a questão para o MonitoR7, que nós a checamos para você: (11) 9 9240-7777 ou monitor@recordtv.com.br

* Estagiário do R7, com edição de Marcos Rogério Lopes.

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