Os 3 desafios de Kamala Harris para ser a primeira mulher presidente dos EUA
A missão da atual vice-presidente seria uma dessas viradas para entrar para história. E ela tem pouco tempo para isso.
Após a saída melancólica do presidente Joe Biden, com uma carta publicada na rede social X, os democratas agora têm 107 dias para virar um jogo que já parece perdido.
Com as inúmeras derrapadas, o estado de saúde e o desastre no primeiro debate com o republicano Donald J Trump, Biden ao menos deixou um caminho para não encerrar a carreira (de mais de 50 anos) com um fim sem sentido.
Ele apontou a vice-presidente Kamala Harris para ser a substituta e derrotar Trump, uma missão que já é vista como quase impossível.
Ela, que é tão impopular como Biden, tem 3 barreiras para sonhar em disputar de igual para igual com o republicano.
1. Kamala, que já foi senadora, precisa unir o partido em torno dela. Em uma primeira pesquisa com os democratas, ela saiu na frente. E ganhou apoio de doadores milionários, de famosos e dos ex-presidentes Bill Clinton e Barack Obama. É um bom começo, mas ainda precisa convencer os delegados do partido que é o nome certo para ser a substituta de Biden e mais: que está pronta para vencer Trump.
2. Caso seja nomeada, Kamala Harris precisa escolher então o próprio vice-presidente. Pode parecer simples, mas uma decisão errada pode pôr tudo ainda mais a perder. Hoje, não há nenhum nome forte no partido democrata. Se ela for transformada de fato em candidata, precisará buscar esse nome em poucos dias. Uma missão nada fácil.
3. O terceiro ponto é talvez o mais difícil. Se ela passar pelo aval dos democratas e apontar um bom VP, Kamala precisará convencer o eleitorado americano que está pronta para assumir o cargo mais desafiador do planeta. Ela, que foi a primeira vice-presidente mulher, negra e de origem asiática, deu o “gás” necessário para ajudar Biden quatro anos atrás. Foi apontada no começo como uma sucessora natural. Mas não foi muito bem avaliada nesse mandato: chegou a ser eleita a VP mais impopular em 50 anos. A questão migratória e o aborto foram alguns dos temas polêmicos que envolveram o nome dela. Há três anos, ela foi criticada após sua primeira viagem internacional para México e Guatemala. O objetivo da visita era conter o fluxo migratório. Harris não conseguiu avançar e “pediu” que os imigrantes não ultrapassem a fronteira de forma ilegal. Em 2022, A VP de Biden começou a defender o direito ao aborto e perdeu apoio. Kamala precisaria correr contra o tempo para apresentar um projeto ao país. O que fazer com a economia, com as guerras em andamento, com a máquina bélica? E sobre temas polêmicos, o que ela tem a dizer? Qual será a posição dos EUA no planeta num eventual governo Harris?.
A situação dos democratas não é fácil. Antes mesmo de Biden desistir, Trump já estava na frente das pesquisas. Uma vitória de um candidato democrata seria uma das maiores viradas da história. Trump já disse que “vai ser mais fácil derrotar Kamala”. É esperar e ver como a história se desenrolará.
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