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Luiz Fara Monteiro

Pilotos relacionam greve na angolana TAAG à soberania do país 

Movimento tem duração prevista de 10 dias. Categoria nega que reivindicação seja apenas salarial

Luiz Fara Monteiro|Do R7

TAAG: greve de pilotos
TAAG: greve de pilotos

Os pilotos angolanos pronunciaram-se, esta sexta-feira, depois de aderirem a uma greve que vai durar 10 dias, esclarecendo que "a greve dos pilotos não se resume, como maldosamente, se está a propalar como se tratando apenas da reivindicação salarial, mas sim que estão em causa questões mais relevantes como a soberania do país e da empresa, enquanto entidade comercial, social e identitária cultural".

Na nota de esclarecimento enviada pelo sindicato dos pilotos ao Jornal de Angola Online, pode ler-se que "os pilotos são contra a banalização ou extinção da identidade da TAAG, que repousa na mente dos angolanos e estrangeiros, mundo fora;", que "a greve de pilotos visa defender os símbolos da companhia, como a fonte da letra da TAAG, que não pode ser transferível, nem adulterada, para aviões de terceiros" e que a "Palanca Negra, não pode ser dissociada do nome identitário: TAAG".

O documento também dá conta da "defesa da não exclusão das cores originais da companhia das sinaléticas anteriores", que "os pilotos não podem ficar indiferentes ao rumo da empresa, daí, ser, também, um dos propósitos da greve o resgate do símbolo da companhia, enquanto cláusula pétrea (inegociável), significa mesmo em aluguer por 1 mês".

Além disso o documento garante que a greve dos pilotos angolanos da TAAG está em acordo ao respeito à CRA, de acordo com o art.º51. (Direito à Greve e Proibição do Lock Out) e da Lei n.º 23/91 de 15 de Junho, Lei da Greve, art.º 10.º (Decisão da greve).


"Ainda a greve vai no seu início e a entidade patronal, espezinhando as nossas leis, já violou os artigos 15.º (Proibição de mudança de equipamento) e 17.º (Proibição de substituição de trabalhadores), da Lei da greve, porquanto a contratação de meios e pessoal, principalmente, estes sem visto de trabalho, são um verdadeiro atentado às normas que a ANAC, não deve ficar indiferente, nem ser cúmplice;", pois "a actual administração está a violar o art.º 24.º (Atos contra os princípios de Administração Pública), Lei da Probidade Pública, Lei n.º3/10 de 29 de Março", lê-se igualmente na nota.

Os pilotos angolanos frisam ainda que a "TAAG é a nossa casa comum e, dissemos, nossa, integrando os pilotos, PNC, Manutenção, Administrativos, mas também, a maioria dos patriotas angolanos, que se orgulham de ter uma companhia aérea, poucas das africanas, operadas e assistidas, com a maioria de tripulantes e técnicos angolanos", explicando que "temos defeitos e virtudes, enquanto corpo vivo, mas é inegável o profundo amor pelo país e a companhia", que "os pilotos sempre tiveram sentido patriótico e de dever, nos mais críticos, nunca virando a cara à luta e deixado de voar, mesmo debaixo de fogo, para levar mantimentos e não só às populações carenciadas. A história mais do que nós, é o grande juiz".

Sublinhado que "o objectivo da greve visa impedir a banalização e falência programada dos postos de trabalho, dos equipamentos e da empresa, que tem tudo, com uma gestão competente e patriótica para dar certo", bem como da consideração dos pilotos "em tempo de crise, para a salvação da companhia, uma ampla discussão para todos patrioticamente, apertarem o cinto e, não se exigir a uns, sacrifícios, incluindo a perda dos postos de trabalho e outros auferirem salários acima da média nacional, regional e internacional", conclui o documento.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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